Ilustres

COELHO, Manuel Maria

Coronel d e infantaria, nasceu em Chaves, a 6.3.1857, e faleceu em Lisboa, em 10.1.1943. Figura de grande prestígio nos meios republicanos, foi um dos oficiais que, com o capitão Leitão e o alferes Malheiro, arrancaram, para a revolta do 31.1.1891, no Porto, os regimentos de Caçadores 9 e Infantaria 10 e 18, tendo, por esse motivo, sofrido a pena de degredo, por cinco anos. Frequentou o curso das Armas Gerais da Escola do Exército, em Lisboa, depois de haver feito, o curso secundário nos liceus do Porto e de Braga. Desempenhou os cargos de Governador Geral de Angola, Governador Interino da Guiné e Administrador da Caixa Geral de Depósitos e da Companhia de Moçambique. Foi enviado, como chefe da missão germano-portuguesa, em 1914, ao Sul de Angola, para estudo dos caminhos de ferro daquela região, e pertenceu também, como vogal, à comissão de estudo da cultura da beterraba. Foi deputado pelo Bairro Ocidental de Lisboa em 1921, e, em seguida à revolução de 19-X desse mesmo ano, assumiu as funções de presidente do governo. Possui a medalha de bronze comemorativa do movimento do 31 de Janeiro, exclusiva dos revolucionários que nela tomaram parte. Colaborou com José Chagas na obra intitulada História da Revolta do Porto, 1901. Foi fundador e redactor do semanário republicano A Justiça, publicado em Lisboa em 1880 e 1881; colaborador do Comércio de Vila Real, Vila Real, 1883, fundador, proprietário e redactor de A Província, Luanda, Angola, 1893: fundador e director da Folha do Norte, diário da tarde, Porto, 1898: director do Diário da Noite, Lisboa, 1932; colaborador de trinta periódicos republicanos, entre os quais a Seara Nova, desde 1929 até 1936; antes da revolta de 1891, colaborou no periódico militar O Exército Português. Entrou na política em 1880, ainda aluno da Escola do Exército, defendendo as ideias republicanas. Em 1890, por ocasião do ultimato, foi transferido de Infantaria 13 para Infantaria 21 e deste regimento para Infantaria 10. Aqui exerceu notável acção de propaganda republicana que lhe permitiu agrupar em sua volta todos os sargentos, cabos e soldados desse regimento, quando se iniciou a revolta em que teve destacada e enérgica posição, mantida com a maior lealdade e altivez durante o conselho de guerra a que foi submetido e que o condenou a cinco anos de degredo, que cumpriu totalmente em Angola. Regressou à metrópole em 1896. Depois de inúteis esforços para renovar um movimento revolucionário que implantasse a República, voltou, desiludido, para Angola; mas, mais tarde, tornou a vir ao continente com os mesmos objectivos de sempre e, sem ser mais feliz que anteriormente, partiu para S. Tomé, donde só regressou em 1910, depois de proclamada a República. Foi sócio da Sociedade de Geografia e dedicou-se a estudos da História da Filosofia e de Ciências Naturais, especialmente Física, Astrofísica, Química, Biologia, Antropologia, Matemática, etc., assuntos sobre os quais publicou vários artigos. Viveu numa época de grande fulgor nacional. Procurou envolver-se em todas as causas nobres e de todas se saiu exuberantemente.

G.E.P.B.

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo

Adblock Detectado

Por favor desative o Ad Blocker neste site