CRUZ, António Alves da
Nasceu em 25.2.1886, na Portela, aldeia de Milhais, concelho de Mirandela, filho do carpinteiro Claudino Cruz (de Parafita – Vila Real) e de Balbina da Cruz (doméstica de Milhais). Faz a instrução primária na Sobreira – Murça, seguindo para o colégio da Formiga, em Ermesinde. Aqui embora o comportamento fosse bom, o aproveitamento era franco e foi excluído. Em 1910 volta para a vida religiosa e entra na Companhia de Jesus, em Barro – Torres Vedras. Frequentou o Colégio Cetobricense (Setúbal) e concluiu o curso de Filosofia em Onha (Espanha). A seguir a 1911 vai para a Missão da Zambézia na região de Miruro. Foi obrigado pelo anticlericalismo republicano a deixar a missão; exerce no Colégio de Jette (Bélgica) e segue para Roma, onde cursa Teologia, na Universidade Gregoriana. Devido à sua grande capacidade e memória prodigiosa estuda as línguas orientais, principalmente o árabe, tendo, a partir de 1919 e por quatro anos, ido para a Universidade de Beirute (Líbano). Foi ministro na residência de Pontevedra e, em 1926, regressa a Braga, sendo prefeito do Seminário Maior diocesano, ensinando Filosofia. Segue para Guimarães (1934) e no ano seguinte regressa a Braga à recém-criada Casa dos Filósofos (1935), onde ensina Lógica, Filosofia, Cosmogonia e Teodiceia. Fundou o Colégio Máximo e a Procuradoria das Missões em 1935 e em 1939 deixou a docência e dedica-se à recolha de esmolas para as missões, sua grande paixão. Irradiava alegria, era muito culto, sábio e santo, aproveitava as férias de Natal para pregar no internato do Menino Jesus em Pereira (Abreiro). Faleceu pelas 16 horas de 23.3.46.
Jorge Lage