Ilustres

ALMEIDA, António Manuel de

Nasceu em 5.11.1891 na freguesia de São Pedro, concelho de Vila Real e faleceu em 9.10.1968. O pai (Manuel Maria de Almeida), era oficial do exército e nascera em Lisboa. A mãe (Maria de Jesus Almeida) tinha nascido na Meda. A passagem, como militar pelo quartel de Vila Real, fez com que António Manuel de Almeida fosse Vilarealense de nascimento e da vivência dos primeiros anos, pois aí fez a 4.a classe. Em 1904 fixaram residência em Lisboa. Alguns dos estudos liceais foram feitas no Porto, mas concluídos em Lisboa. Mas viria a licenciar-se em Engenharia Civil na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, com 18 valores, conforme carta de Curso passada aos 28.10.1915. Enquanto viveu em Lisboa houve uma convivência muito próxima do jovem António M. de Almeida, com o filho José, primogénito do casal de banqueiros: José Maria do Espírito Santo da Silva. Essa amizade intensificou-se entre ambas as famílias e seria decisiva para os dois jovens. Segundo escreve o Dr. Fernando Aguiar-Branco, no livro: Eng.° António de Almeida – Esboço Biográfico (1994), “essa amizade durou até à morte, sempre com o mesmo vigor inicial. Eram da mesma geração. António de Almeida tinha mais 3 anos que José Ribeiro do Espírito Santo Silva”. Aquele fez o serviço militar e em 17.2.1916 era alferes miliciano. Logo que concluiu o curso (1915) inscreveu-se na Associação de Eng.° Civis Portugueses, com sede em Lisboa. Em 20.12.1917 cessou funções militares e ingressou no Ministério das Obras Públicas, como Eng.°. Simultaneamente volta-se para a actividade empresarial. Cinco anos depois já tinha uma verba significativa: 80 contos. Em 1915 tinha falecido o banqueiro José Maria do Espírito Santo. O filho mais velho, amigo íntimo de António de Almeida completa 21 anos e assume a gestão do banco que nessa altura só tinha balcão em Lisboa. O novo gestor pretende abrir no Porto uma Delegação. Convida o amigo para dirigir essa filial. Em 1918 deslocam-se os dois amigos ao Porto, compram um lote de terrena na Av. dos Aliados e nele constroem o edifício, cujo projecto é assumido pelo Eng.° António de Almeida. Compõe-se de cave, rés-do-chão e quatro andares. Esse imóvel manteve-se até 1953, ano em que foi ampliado para as dimensões que ainda hoje tem. Em 4.7.1921 abre a filial do Porto, sendo a direcção entregue ao Eng.° António de Almeida que passa a ocultar o título académico. Preferia ser apenas o Senhor Almeida. Faz de tudo: chefe, funcionário operacional em todas as frentes, um modelo de empregado que vai a todas. Até 1935 vive no 3.° andar do mesmo prédio. Por carta de 10.11.1931 pede à Associação de Engenheiros que lhe seja concedida a demissão de sócio. Mais tarde viria a ser igualmente Vice-Presidente do Conselho de Administração da Companhia de Seguros Tranquilidade, além de outros importantes cargos. Seu amigo e Presidente do Conselho de Administração do Banco acabaria por falecer, em Paris, em 13.6.1968. António de Almeida sofre profundamente essa perda. Em Outubro seguinte falecia ela. Casou em 30.10.1920 com Olga Ana Adelaide Andresen (nascida na Quinta do Campo Alegre, em 21.5.1899). Ele era católico praticante. Ela era protestante. Sempre se respeitaram. Não tiveram filhos e casaram com separação de bens. Em 5.11.1935 passaram a viver na Casa Nova que mandaram construir na Rua do Tenente Valadim. Decidiu o ilustre transmontano, instituir com os seus bens uma Fundação com o seu nome, para o que ressuscitou o título académico. Essa fundação com fins essencialmente culturais, teria sede na Casa Nova, da Rua Tenente Valadim, onde vivera e para lhe dar forma jurídica elegeu um jurista distinto, também de origem transmontana: o Dr. Fernando Aguiar-Branco. Foi oficialmente reconhecida em 5.5.1969. Possui um museu, onde se reúnem as várias peças coleccionadas pelo instituidor: mobiliário, ourivesaria, têxteis, porcelanas, pinturas, relojoaria e moedas. Além de fins culturais tem também fins educativos e de benemerência. O Dr. Fernando Aguiar-Branco, Presidente vitalício da Fundação é autor de uma vasta e esclarecedora bibliografia sobre a Instituição, para além de ser publicamente reconhecida a sua a grande intervenção artística, educativa e de caridade.

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