Ilustres

AMARAL, Domingos Monteiro de Albuquerque

Poeta satírico da última metade do séc. XVIII e princípios do séc. XIX. Nasceu em Murça (Trás-os-Montes), a 16 de Janeiro de 1744, e morreu em Lisboa a 30 de Março de 1830. Formado em Leis pela Universidade de Coimbra, foi Desembargador da Casa de Suplicação e Juíz do tombo da extinta basiilica de Santa Maria de Lisboa. Exerceu também os cargos de provedor dos resíduos, censor régio e dos teatros de Lisboa, gozando sempre dum ambiente de respeito e autoridade, tanto por parte do governo como do povo, que sempre prestaram justiça ao seu espírito de equidade e isenção, avalizado por uma sólida cultura em matéria de jurisprudência e literatura. Conviveu na intimidade do Marquês do Pombal, que o considerava muito e lhe chamava o doutor em prosa e em verso. Também foi Juiz conservador da fábrica de papel de Alenquer, e, como tal, vem comemorado nas Recordações de Jácome Ratton. Homem de carácter jovial e de espírito mordaz, foi poeta desde os primeiros anos de sua juventude, com marcada tendência para a sátira, género que cultivou muito, e de que é exemplar modelo a sua polémica em verso com o Padre Manuel de Macedo, inserta, em grande parte, no 6.° volume do Ramalhete. Albuquerque Amaral foi um dos convivas dos famosos serões literários que se realizavam em casa de Francisco Manuel do Nascimento, Filinto Elísio, que então morava na Ribeira das Naus, hoje Arsenal da Marinha. Tinha já 77 anos quando o convidaram a entrar na maçonaria, onde, por algum tempo, foi venerável da loja “Quinze de Setembro”. As suas poesias são numerosas, mas quase todas elas se perderam. No tomo II da Colecção de poesias selectas dos melhores autores portugueses vêm algumas quadras suas glosadas, bem como um soneto e uma ode. Com o seu nome, publicou-se o seguinte: Discurso oferecido ao Il.mo e Ex.mo Sr. José de Seabra da Silva, sendo eleito Ministro e Secretário do Estado, Lisboa, 1771; A El-Rei, Nosso Senhor D. José I, celebrando-se a faustíssima inauguração da sua real estátua, sem lugar nem ano em que se publicou; Ode do Príncipe Regente, Nosso Senhor, por ocasião da paz com a República Francesa, e preliminares da paz geral, Lisboa, 1801; A Peidologia, Porto, 1836, pequeno poema bur-lesco, que por muito tempo correu em cópias manuscritas, e que se imprimiu mais tarde sem o nome do autor. No Telégrafo Português, tomo II, pág. 705, vêm publicados Dous Sonetos, da sua autoria.

G.E.P.B.

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