Ilustres

BRANCO, Victor

Nasceu em Frades, concelho de Montalegre, em 23 de Março de 1863, sendo o décimo filho de um lar de onze. De seu nome completo Victor Manuel Gonçalves Branco, pelos 7 anos foi deslocado para Cabril, para casa do irmão que ali era pároco (Bento José Pereira Branco), de modo a fazer alia quarta classe visto que no lugar de Frades não havia escola. Feita a escola primária novo rumo: freguesia do Eiró, para junto de outro padre (de nome Venâncio), estudando Latim. A terceira meta é Braga, onde seguiu o exemplo dos dois irmãos clérigos, frequentando o Seminário, durante cinco anos. Dali, após constatar que não era aquele o seu melhor caminho, rumou até Coimbra, onde conheceu grandes vultos da cultura portuguesa, como António Nobre, Alberto de Oliveira, Antero de Quental. Durante a sua permanência na Lusa Atenas, soube granjear amizades e impor-se como democrata que procurou ser, logo que regressou a Montalegre, feito advogado. Aí abriu banca e fez sucesso, lutando contra os “Canedos” com os quais travou uma luta até ao fim da sua vida. Bento da Cruz editou, em 1995 o livro: Victor Branco-escritor Barrosão-vida e obra (Editorial Notícias) e aí escreve: “Foi neste meio tacanho, com três bacharéis em Direito e um em Medicina, que o jovem Victor Branco começou vida como vereador efectivo da Câmara e tabelião privativo de notas. Em 20.2.1895 casa com uma senhora de família aristocrática de Vermoim, arredores de Famalicão. Nesse mesmo ano candidata-se à presidência da Câmara pelo partido progressista, tendo como opositor, outro ilustre barrosão: Dr. José Joaquim Álvares de Moura, natural de Covelães que concorria pelo partido regenerador. Perdeu as eleições. Mas em 1898, desforrava-se, após ter publicado Cartilha Eleitoral, opúsculo onde acusava os seus adversários, de forma exaustiva. Só que em 1901, em novo acto eleitoral, justifica os seus fracassos, sobretudo na florestação que apenas resultou, em três freguesias do concelho, onde os irmãos padres (Bento e Guilherme) tinham bastante influência. Perdeu a Câmara a favor do adversário Germano Augusto Rodrigues Canedo, só voltando ao poder, em 1911. Em 1913 voltava a perder a presidência. Entretanto, por razões de herança da mulher, é forçado a fixar residência em Vermoim, abandonando um palco de operações políticas que o celebrizara e que o levaria a escrever: “Fidalgo na minha terra, juíz na minha comarca e tocador de burros em qualquer parte”. Em 1922 volta a concorrer e volta a ganhar até ao 28 de Maio, em que com a ditadura de Salazar, perde irremediavelmente o poder local. Morreu em 16 de Dezembro de 1947. Deixou alguns livros publicados: Carta Aberta, em forma de Crónica (1936), Reminiscências do Passado e Almanaque de Lembranças Locais (1941). Está perpetuado na toponímia de Montalegre, onde ficou mais conhecido pelo Dr. Bitro. Teve os seguintes filhos, todos ilustres e todos nascidos em Montalegre: Maria Cecília de Aguiar Branco (26.12.1895), falecida em Amarante, em 22.2.1973; Isabel Maria de Aguiar Branco (4.9.1899), falecida no Porto, em 3.6.1980; Ana da Glória de Aguiar Branco (31.10.1901), falecida em Lordelo do Douro, em 19.1.1980; Victor Manuel de Aguiar Branco (17.9.1904; 16.5.1927); Guilherme Francisco de Aguiar Branco (1.1.1909); Maria da Glória de Aguiar Branco (15.4.1911), falecida no Porto, em 18.12,1993; Fernanda Victória de Aguiar Branco (24.3.1913) e falecida em Lisboa, em 2.1.1978; Maria Eugénia de Aguiar Branco (23.10.1914), falecida no Porto, em 8.2.1985.

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