Ilustres

CARNEIRO, Domingos Gonçalves de Sousa

Nasceu na Casa de Santa Marinha, do concelho de Ribeira de Pena, nos princípios do sec. XVII. Era filho de Filipe de Sousa Carneiro, fidalgo da Casa Real, cavaleiro professo da Ordem de Cristo e de Senhorinha Dias de Matos, natural de Friúme, do mesmo concelho. De acordo com Esteves Pereira, no seu Dicionário de Portugal, desta ligação amorosa nasceu um filho bastardo (Domingos Gonçalves de Sousa Carneiro) que se ordenou presbítero e que veio a ser, em 1618, nomeado pároco da freguesia de Santa Marinha. Em 1634 recebeu este sacerdote, por doação de seu pai, confirmada pelo rei Filipe III, todos os prazos pertencentes à Comenda de Santa Marinha, com o encargo de reedificação e ampliação das casas nobres de seu assento e de certa pensão paga ao mestrado da Ordem de Cristo. Este padre Domingos Carneiro, senhor de uma das mais importantes propriedades fundiárias do norte do país, não desejando ver a herança paterna sair da família, travou-se de amores com uma prima, de nome, Maria Tomás de Faria, natural da Casa de Ferreiros, da mesma freguesia de Santa Marinha. Raptou-a no ano de 1631, instalou-a com grande pompa, no lugar de Boumilo, freguesia de S. Salvador, com vários criados ao seu serviço. Desse romance nasceu um filho: Francisco Gonçalves da Pena que viria a ser o legítimo herdeiro da comenda de Santa Marinha. Diz Esteves Pereira e a recente Monografia de Ribeira de Pena transcreve que o Dr. Francisco Teixeira de Sampaio, denunciou a situação escandalosa do Padre Domingos Carneiro, ao arcebispo de Braga, D. Rodrigo da Cunha que em 1632 visitou Ribeira de Pena e que se hospedou na sumptuosa Casa de Santa Marinha. Fossem quais fossem as voltas dadas pelo padre Carneiro, o arcebispo nada fez para ilibar o clérigo. Pelo contrário: este obteve, em 1639, uma carta régia de perfilhação para o filho que resultara de uma ligação amorosa entre primos.

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo

Adblock Detectado

Por favor desative o Ad Blocker neste site