CARVALHO, Rentes de
Nasceu em Estevais, distrito de Bragança. É um intelectual de reconhecido mérito, com uma obra notável. O quinzenário Terra Quente, de 15.9.1997, escreveu sobre ele o seguinte: “Rentes de Carvalho é seguramente a personalidade transmontana que mais tem divulgado a nossa região em terras holandesas. Basta recordar a marcha de 100 Km entre Estevais e Miranda do Douro que uma centena de turistas vindos daquele País (escolhidos por regiões, profissões e idades) fizeram o ano passado à procura de Trás-os-Montes. Aquela marcha mereceu reportagem em dois canais de televisão em vários jornais de expansão nacional e dezenas de outros de expansão regional! Não seria justa uma condecoração para o promotor de uma tal iniciativa? Residente na Holanda há mais de 40 anos, aquele professor, escritor e jornalista foi pioneiro (e continua a ser o maior) na divulgação dos nossos valores rurais: a culinária, as paisagens, a arquitectura, os usos e costumes transmontanos. Fomos encontrá-lo na sua aldeia natal, os Estevais de Mogadouro, num destes dias, passando um curto período de férias. De férias… e de trabalho porque nesse mesmo dia estava prestando um depoimento para um documentário, sobre Trás-os-Montes realizado por uma equipa de televisão holandesa. Mas logo estava também a preparar o alojamento de mais uma família daquele país que vinha passar uns dias na sua aldeia. «Desde Maio até agora disse-nos são já uns 60 turistas holandeses que vêm aos Estevais; uns ficam dois ou três dias, outros uma semana ou duas. Sempre animam um pouco mais a aldeia e ajudam a acrescentar o magro rendimento das famílias que os hospedam! Leva-nos para um monte de estevas sobranceiro ao povoado e que lhe terá dado o nome. Senta-se na base de um sobreiro imenso que, de acordo com cientistas que o estudaram já, deve ter entre 650 a 700 anos. Olhando para aquele homem e aquela árvore, sentimos que a persistência do homem transmontano só tem realmente paralelo no sobreiro que, em cada sete anos, renova a sua casca. E sentimos que só essa persistência poderá trazer hipóteses de futuro ao abandonado e esquecido mundo rural transmontano. Bem haja, professor Rentes de Carvalho!”.
