COSTA, João Gonçalves da
Nasceu na freguesia de Donões, do Concelho de Montalegre, em 30.9.1917. Em Outubro de 1933 entrou no Seminário de Vila Real. Em Junho de 1943 terminava o curso de Teologia e era ordenado em 1.8.1943. Celebrou Missa nova em Donões em 7 de Agosto desse ano. Foi coadjutor de S. Vicente da Chã até Junho de 1944, ano em que foi nomeado pároco de Tourém e Pitões, até Março de 1947. Quando ele chegou a Tourém deparou com um panorama desolador: 250 cidadãos tinham aderido ao protestantismo, ali implantado durante a guerra civil de Espanha, por um espião militar britânico. Como Tourém, nessa altura, estava sem pároco o protestantismo depressa fecundou e ganhou raízes que o Padre Costa, a muito custo, foi eliminando. Conseguiu recuperar 200 dos 250 convertidos. Também em Pitões restaurou a Capela do Anjo da Guarda que estava em ruínas. A partir de 1946 os anos de seminário aumentaram de 10 para 12 anos. Por isso aumentaram as necessidades de professores e prefeitos. Daí que tenha o Padre João Costa sido chamado a professor, prefeito e ecónomo do Seminário. Ensinou Português, Latim, Matemática e Questões Complementares de Ciência e Ciências Naturais. Acumulou, entre 1953 e 1967 com as funções de ecónomo. De 1962 a 1966 foi também capelão militar no Reg. Inf. 13, de Vila Real, aí fazendo um parque-abrigo de viaturas automóveis e a primeira capela dessa Unidade Militar. Simultaneamente (e durante 20 anos) foi capelão do lugar da Veiga, freguesia da Cumieira, concelho de Santa Marta de Penaguião. Aí reconstruiu a velha Capela de N.a Sra. da Conceição, comemorativa da proclamação de N.a Sra. Padroeira de Portugal, em 25.3.1646. Ao longo desses 20 anos aproveitou as férias como repouso e como formação permanente. Viajou pelo estrangeiro, fez cursos, encontros, colóquios, congressos. Pesquisou em Roma, Celanova, Ossera, Orense, Vila Viçosa, Lisboa e Porto. Essas pesquisas foram-lhe de grande utilidade prática para os 54 anos de vida sacerdotal as quais pôs em evidência com a publicação de alguns volumes, entre os quais: Montalegre e Terras de Barroso (1968). Chegou a sair uma 2.a edição. E tem preparado o 11 volume que será uma pena a Câmara que patrocinou o 1 não aposte neste segundo. Desde a sua saída, todos os estudos que se fizeram sobre Barroso beberam e hão-de continuar a beber nessa obra que também nós utilizámos, em boa parte, para citações de figuras humanas. Por volta de 1970, o Bispo de Vila Real convidou-o a fazer uma nova freguesia, com os quatro bairros mais pobres da cidade de Vila Real. Assim nasceu a Paróquia de N.a Sra. da Conceição que em 29 anos se transformou na maior freguesia da cidade. Construiu uma Igreja, ampla e moderna, com 40 metros de comprimento por 40 de largo e igual medida em altura. Tem 85 portas e 115 janelas. Um templo com capacidade para 3 mil pessoas, um salão com capacidade para 2 mil e diversas outras instalações para fins diversas da actividade pastoral. Para se dedicar a essa gigantesca obra, teve que por de lado a investigação e a escrita. Mesmo assim ainda foi tendo tempo para ser colaborador dos jornais: Novidades, A Voz de Trás-os-Montes, Ordem Nova, Infantaria do Marão, Ecos do Marão e Diário do Minho. E sócio Fundador do Grupo Cultural Aquae Falviae. Traduziu, na década de 50, 2 livros: Um Programa de Acção Social e Acção Católica e Acção Social, edições da Escola Social Sacerdotal de Málaga que hoje funciona como Instituto Universitário de Madrid. Em 1961 publicou A Senhora da Peneda de Donões. Além deste e de Montalegre e Terras de Barroso, publicou mais dois trabalhos pré-históricos na Revista Lucerna, da Faculdade de Letras do Porto. Em reconhecimento pela sua obra pastoral de capital importância, foi elevado pela Santa Sé à dignidade de Monsenhor.