CUNHA, António Cardoso
Entrou na Diocese de Vila Real, em 1967. Chegou como coadjutor. Já vinha da Diocese de Beja, onde fora Auxiliar. Em Vila Real tomou conta do governo por direito canónico de sucessão. Não esqueceu a Diocese de Beja e por isso, para lá enviou alguns dos seus mais jovens sacerdotes, numa espécie de missionação: Luís Gouveia, Sebastião Esteves, Ladislau de Sousa e Orival Pinto. O P.e Luís Coutinho, escreveu em A Voz de Trás-os-Montes (6.2.1997) que D. António Cardoso Cunha “escondeu”, com muita naturalidade, diversos dons pessoais e raramente os deixou transparecer. De trato afável, conquistou o clero, a nobreza e o povo, apontando a palavra e no bom exemplo, o sentido prático da vida, dialogando familiarmente com todos, longe, muito longe, dos subidos degraus do trono reverendíssimo ou episcopal». Homem muito discreto e esclarecido, atravessou a revolução de Abril de 1974 com algumas apreensões, porque o clero sofreu, como todas as classes sociais, um abalo. E, pelo meio, a morte confusa de um seu padre que fora seu secretário privativo: o P.e Maximino Barbosa de Sousa. Esse acontecimento mexeu com o Bispo emérito de Vila Real que em 1991 resignou, escolhendo para seu repouso derradeiro a Casa de Santa Marta de Chaves, onde vive, sem dar nas vistas. D. António Cardoso Cunha, nasceu em 13.7.1915, no lugar de Penso, freguesia de Sernancelhe, concelho de Lamego. Foi nomeado Auxiliar de Beja, em 9.3.1956 com o título de Báris da Pisídia e ordenado na Sé de Beja, em 10.6 desse ano. Em 22.7.1965 foi nomeado Administrador Apostólico de Beja; em 3.7.1966 Bispo Coadjutor de Vila Real; em 10.1.1967 Bispo Diocesano e em 19.1.1991, Bispo Emérito.