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Alijó

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O Concelho de Alijó, com uma superfície de 293 km2, écomposto por 19 freguesias, a maior parte com mais de urna povoação, totalizando 49 localidades. Situado no Distrito de Vila Real, está considerado concelho rural de 2.a classe, registando, segundo o recenseamento de 2001, uma população de 13.655 indivíduos, no entanto a população residente é de 14.334. Tendo em atenção o censo de 1991, o concelho perdeu na primeira situação 2.379 indivíduos ou seja menos 14,8%. Já no caso da população residente, que era de 16.327, esta, no último inquérito do INE, apresentou uma variação negativa de 12,4 %, uma vez que o respectivo número ficou se pelos 14.334 indivíduos. Em 1996, a população ligada à actividade económica distribuía se na seguinte proporção: 46,6%, no sector Primário; 18%, no sector Secundário; 38,4%, no sector Terciário. Este concelho, no ano de 1991, registou 5.291 alojamentos familiares e, dez anos depois, 8.784 alojamentos. O número de famílias passou de 5.291 (em 1991) para 5.784, no último censo. Isto dá uma variação positiva de 1.6%. Todos estes algarismos colocam o concelho na sexta posição no distrito de Vila Real. Agora noutra área, mas reportando ao ano de 2000, de forma a termos uma visão alargada, verificou se que, em Alijó, foram registados 7.576 veículos motorizados. Podemos assim inferir que se vislumbra algum progresso, tendo em conta todos estes números. Mas vejamos, entretanto, os aspectos geográficos. Alijó tem como concelhos limítrofes o de Sabrosa, o de Vila Real, o de Murça e o de Carrazeda de Ansiães. A sul é limitado pelo Rio Douro, ficando na outra margem o Concelho de São João da Pesqueira. O Rio Pinhão serve de fronteira com as terras de Sabrosa. Já o rio Tua separa este concelho do de Carrazeda de Ansiães. E o afluente do rio Tua designado de rio Tinhela faz a separação com o concelho de Murça. As ribeiras que desaguam no rio Tua são as de Alijó, de São Mamede, do Fragoso, do Souto e da Rebousa. As ribeiras que escorrem para o Douro são as do Roncão, do Castedo e da Canada. E as ribeiras que terminam no rio Pinhão designam se de Ribalonga, de Russilhão, de São Vicente e de Monim. Destaca se, a modo de remate, ainda uma rede hidrográfica com um bom número de pequenos regatos e ribeiros que atravessam todas estas terras. Para abastecimento da rede pública foi feita uma barragem, a três km de Presandães, que recebe águas pluviais e das pequenas ribeiras locais. Todos estes cursos de água animam este território e de certa forma estão ao contribuir, também com os rios, para adocicar a orografia agreste, criar microclimas responsáveis pela implantação de culturas específicas e para sustentar uma paisagem que chama a atenção de um observador com alguma sensibilidade. Agora, abordando os recursos turísticos e atendendo às ofertas, neste campo, dos turistas, registaram se, em 2001, 17.813 dormidas. Este cômputo não nos indica o universo de turistas que visitaram o Concelho, tanto mais que muitos deles não permaneceram três noites aqui. Também os migrantes e emigrantes não são contabilizados como turistas, apesar de cumprirem uma estada superior a três noites, e serem evidentemente responsáveis pelo aumento da riqueza no comércio e restauração. Igualmente ainda não nos é possível determinar números de excursionistas que ao “invadirem” de autocarro, de cruzeiro, de comboio ou em viatura própria, este rincão nordestino, contribuem significativamente para o enriquecimento desta terra, que não é parca em património paisagístico, arqueológico, e de outras valências culturais, como dares a perceber neste trabalho. E a propósito, em 15 de Dezembro de 2001, uma porção duriense foi reconhecida como património da UNESCO. Nessa fracção encontram se os socalcos vinhateiros de Sanfins do Douro, de Vale de Mendiz, de Casal de Loivos, de Cotas, do Castedo e de São Mamede de Riba Tua. até Ribatua. Este concelho aparece nos ainda subdividido em duas zonas climáticas: a norte fica terra fria ou montanha, para o vale do Pinhão e a sul da serra do Vilarelho, a terra quente. Em ambas a pluviosidade distribui se por cerca de 50 dias do ano, com uma intensidade superior a 10 mm, que permite sustentar a vegetação endémica e os recursos aquíferos. O concelho também dispõe de uma mancha florestal apreciável constituída essencialmente por pinheiros bravos, mas conjuntamente encontramos, amieiros, carvalhos, castanheiros, freixos, loureiros, salgueiros, sobreiros e zimbros. A actividade local resultante da madeira, cortiça e resina, detém uma significativa comparticipação económica. Quanto aos arbustos e outras plantas, o destaque vai para a alfazema, as arçãs, a camomila, as carquejas, as estevas, os fentos ou fetos, as giestas, as madressilvas, as mimosas, os medronheiros, o rosmaninho, a sanradela, as silvas, os tojos, as torgas, a urze e verbascos. Algumas destas plantas são utilizadas como pasto; outras como cama do gado que resultará em húmus; e ainda há as que dão frutos para os pequenos animais. Mas todas elas contribuem, de forma exclusiva, para o equilíbrio da Natureza. Quanto à fauna apontamos a existência do coelho, do lobo, do javali, da raposa, do texugo. Quanto a aves podemos encontrar os abelharucos, o chapim, as corujas, o cuco, as cotovias, os gaios, os melros, os pardais, o peneireiro, a perdiz vermelha, os pintassilgos, os pombos bravos, as poupas, as rolas, a toutinegra, o rouxinol e muitos outros. Nos rios pescam se, enguias, barbos, trutas e achegãs. Os registos mais conhecidos da presença humana, neste concelho datam da Idade da Pedra. Até porque a distribuição dos sítios arqueológicos de Alijó está relativamente bem conhecida. Quanto aos povoados proto históricos, implantados na zona planáltica, encontram se. na generalidade. bem conservados. O mesmo não se pode dizer dos hahitats da época romana. circunscritos na faixa onde melhor se desenvolveu o plantio da vinha, da oliveira, da figueira. da cerejeira, e outras árvores de fruto, que foram muito mais afectados. Verifica se. actualmente, que o contínuo desenvolvimento acompanhado pela mecanização e da actividade agrícola fazem perigar irremediavelmente estes e outros legados que nos chegaram. O concelho tem na produção do vinho uma expressiva mais valia económica que, anualmente, vale vários milhões de contos. Nas vinhas as castas mais comuns são: nas tintas, a Barroca, a Mourisca, a Roriz, o Sousão, a Touriga; nas brancas, a Malvazia grossa, a Malvazia fina, o Moscatel Galego, a Gouveia, o Rabigato, entre outras. Nem sempre tivemos estas castas. Umas desapareceram resultante da magra produtividade e fraca qualidade. Outras por não resistirem às epidemias que as afectaram: o Oídio, em 1850, e a Filoxera no ano de 1872. Para ajudar superar as perdas que afectaram os vitivinicultores, em 1884, ainda que a título experimental e sem i andes resultados, efectuaram se plantações de tabaco. Por esse motivo e como estas terras se mostravam predestinadas mais para a actividade vitivinícola, a produção de vinhos do Douro foi retomada. E em 1893, os novos vinhedos sofrem vários surtos epidémicos, desta vez também de Míldio que prejudicou grandemente as produção desse ano. Entretanto, os agricultores desencadeiam medidas com o objectivo de pressionar os governantes para que defendam melhor os vinhos portugueses, nomeadamente a marca de origem Porto, sendo a mais relevante, das que se conhece, a do Motim’ de Alijó que estalou em 1909. Com a conclusão da linha férrea do Douro a Salamanca, em 1887, e da inauguração do linha do Tua, decorre como um novo contributo só comparável com a introdução na maquinaria agrícola e de novos produtos químicos no desenvolvimento do concelho e de toda a região. O transporte do vinho que se fazia com os rabelos até Gaia, ainda que paulatinamente, passou a ser efectuado por comboio. Também os adubos, as alfaias e aguardentes vinícolas passaram a ser transportadas por via férrea e, mais modernamente, também em camiões. Mas é só na década de 50, que o concelho registou o aparecimento de várias adegas cooperativas. O mais recente incremento em favor dos vinhos durienses e que se estendeu ao concelho de Alijó, não tendo em conta a atribuição do benefício ao vinho generoso que foi e é um importante incentivo a esta actividade de agricultura duriense , decorreu com a criação da Rota do Vinho do Porto. Esta iniciativa abraçou vários sítios alijoenses como a Adega Cooperativa de Favaios, a Cooperativa de Artesanato Artedouro, a Casa do Casal de Loivos, a Casa Museu Maurício Penha, a Pousada Barão Forrester, o Museu dos Lagares e a Casa de Santa Clara. No entanto o seu povoamento, como hoje o entendemos, é anterior à nacionalidade. E foi graças às cartas de Foral concedidas por D. Sancho II (em Abril de 1226), renovado por D. Afonso III (15 de Novembro de 1269), por D. Manuel (lavrada aos 10 de Julho de 1514), a Alijó e a Favaios, que se conseguiu uma certa ordenação que, assentando em 49 povoações, se mantém até aos nossos tempos. Entretanto algumas áreas de Alijó pertenceram ora à diocese de Lamego ora à arquidiocese de Braga. E só muito mais tarde, pela Bula de Pio XI, Apostolicae Predecessorum Nostorum de 24 e Abril de 1922, é que o Concelho de Alijó como hoje o delimitamos passa a integrar, com as 19 paróquias, a Diocese de Vila Real. Actualmente todas estas freguesias religiosas, agrupadas na divisão do Douro II, são ministradas apenas por 10 sacerdotes: Arcipreste José Manuel Ferreira Alves, P. Álvaro Veloso de Barros, P.e António Manuel Alves de Sousa, P Delfim António Gonçalves Cruz, P. José Carlos João de Moura, P. José Carlos Pires Fernandes, P José Daniel Ferreira Real, P José Pereira Pinto de Castro, P Hermínio Gonçalves Pereira Chaves e P. Sérgio Manuel Ribeiro Dinis. No que diz respeito ao domínio da comunicação social existiram diversos jornais e duas rádios designadas Rádio Pala Pinta e Rádio Plátano. Recordemos que o trimestral intitulado Santa Bárbara, era propriedade do Grupo Recreativo Cultural e Social de Favaios, apenas se manteve no ano de 1994. A Gazeta de Alijó foi jornal que teve uma curta existência. Também A Voz do Amieiro foi outro periódico que acabou por se extinguir. Somente os periódicos de pequenas tiragens, em fotocópias, “O Plátano”, em Alijó, e “O Bombeiro”, em Favaios, resistiram mais de um ano. Presentemente, sai o “Folha d’Ouro”; e a Câmara Municipal de Alijó mantém a publicação Boletim Municipal. Paralelamente, as escolas do ensino básico 1 de Cabeda, de Carlão, Sanradela, e Secundária de Alijó, possuem sitio na Internet que vêm actualizando com alguma regularidade. Como particularidade vocabular destaca se o uso de termos e mesmo algumas expressões muito correntes, dos quais se enumeram estes: cerdeira que é o mesmo que cerejeira; “gricha “, sinónimo de fonte de água; ou a expressão “bem me eu finto!” que significa não acreditar. O segundo termo aparece até na toponímia do concelho: Rua da Gricha de Cima Vejamos agora, especificamente, cada uma das freguesias deste concelho, começando muito naturalmente também por coincidência alfabética e que determinará o seguimento com a unidade mais importante. A Vila de ALIJÓ que, com uma população residente de 2.810 indivíduos, compreende também os aglomerados populacionais da Granja e Presendães, é a sede do Concelho. Esta freguesia ocupa uma área de 18,45 Km2. Da proto história local descobrimos vários e importantes vestígios. Sem dúvida que o mais considerável é o castro do Vilarelho que se falará aquando nos debruçarmos sobre Favaios. Desse período temos ainda diversas mamoas. situando se na extremidade da freguesia de Alijó, bem na serra do Vilarelho, e que resistiram às máquinas que fizeram o último reflorestamento desta serra, na década de setenta. E aquelas que estavam menos conhecidas, ficaram muito danificadas. Já, da época castreja, e sensivelmente, a meia distância da povoação de Presandães e o monte da Cunha, temos o castro da Burneira, da Idade do Ferro, que compreende três linhas de muralha. Na época da sua ocupação, segundo Dr. Sande Lemos que elaborou um exaustivo levantamento do período castrejo deste concelho, o território deste povoado compreendia solos favoráveis à pastorícia e ainda à agricultura de queimadas. No monte da Cunha, a 750 metros de altitude, edificaram a capela sobre o castro que aí existia, cujos vestígios dessa construção defensiva são já muito pouco perceptíveis. Mas no lugar da Carvalheira existem ainda vestígios significativos de uma atalaia. No entanto, notabiliza se mais desde a nacionalidade, como veremos a seguir, quando dizemos que o Marquês de Távora foi o primeiro donatário do concelho de Alijó, cujo senhorio permaneceu em poder desta família até a sua execução no tempo do Marquês de Pombal. A antiga freguesia era uma das vilas do termo de Vila Real, mas sujeita a provedoria da comarca de Lamego. E fora então reitoria do padroado real. Recebeu o primeiro foral em Abril de 1226, concedido por D. Sancho 11. Depois, atribuído por D. Afonso III, aos 15 de Novembro de 1296, recebe nova Carta de Foral. E em 1369, no reinado de D. Fernando, Alijó ficou privada da regalia foraleira de ter justiça privativa, passando a submeter se à jurisdição de Vila Real, O seu terceiro Foral foi concedido por D. Manuel, a 10 de Junho de 1514. Os alijoenses, a exem plo de outros concelhos, também levantaram um pelourinho. Este marco jurisdicional fica no centro de um pequeno largo que ladeia o edifício dos Paços do Concelho. O actual Pelourinho, possui uma base monolítica quadrada de três degraus que assenta num soco de dois degraus com gradeamento de ferro. Este possui um fuste cilíndrico com um bocel junto à base. O capitel do pelourinho é de chapa rasa, encimada por uma base cónica e rematado por uma esfera. Este símbolo do poder concelhio foi derrubado no séc. XIX a pretexto de se fazerem obras de pavimentação da praça que lhe dá o enquadramento. Entretanto devido ao empenho de alguns dos notáveis alijoenses que, em pleno século XX, o recuperam no a partir do antigo que existia e se encontrava claramente abandonado. Nesta simpática povoação chocamos com um notável conjunto de construções com alçados de granito, edificados no Estado Novo, do qual destacam se o Tribunal, a casa paroquial, a antiga Cadeia (hoje instalações da Guarda Nacional Republicana) o complexo do ensino primário (actualmente a Biblioteca Municipal) com várias salas e cantina para raparigas (a primeira do género que surgiu tio País a servir refeições), a creche e a casa do Juiz de fora. Faz ainda parte do património arquitectónico a igreja Matriz de Alijó, construção do séc. XVIII, dedicada Santa Maria Maior. Esta igreja, ainda que parecendo rebaixada, é um belo edifício. Possui um pequeno adro de pedra protegido com uma grade de fero e três portões. O alçado encimado por uma torre sineira, foi coberto de azulejo. No tecto descobre se uma pintura a toda a dimensão e que é uma recuperação da antiga. Alijó tem ainda a Capela de Santo António, no cimo da vila. e, no jardim público Dr. Matos Cordeiro, a Capela do Senhor do Andor. Neste pequeno templo, também designado por Capela da Misericórdia, guarda se uma pedra com um pequeno texto, mas a atenção vai para a notável talha barroca do séc. XVII e para a urna de vidro onde se conserva o corpo incorrupto de frei João Pecador. No jardim público do Dr. Matos Cordeiro avultam se três grandes Pedras d’ Armas, ambas com textos epigráficos. Outro exemplar com iguais dimensões observa se em cima do alçado principal do edifício da Câmara Municipal. Já que vínhamos a falar de edifícios religiosos não tendo em conta as referências às pedras d’ armas vamos debruçar nos no monte da Cunha. Ai, distingue se, e visível a vários quilómetros, a Capela da Senhora da Cunha que é de meados do séc. XIX. À personagem religiosa realiza se todos os anos, pelo verão, uma importante romaria. Temos a ainda a Capela da Granja, a Capela de São Domingos, edificada sobre um casal romano do qual mal existem vestígios, e a capela de Presandães. O Fontanário de Alijó, construído em granítico, está situado em frente da igreja Matriz, ou seja no coração do centro urbano, que com o Plátano constituem o tríptico mais emblemático do concelho. E quase de adrede refira se que, em 6 de Agosto 1932, foram oficialmente aprovadas a bandeira e respectiva constituição heráldica. O estandarte municipal é esquartelado de verde e amarelo, tem cordames de ouro: as borlas são verdes e douradas; há ainda um listel branco onde se lê a negro: Vila de Alijó. No centro da bandeira destaca se um escudo com uma bordadura negra e oito ouriços de castanhas. Na coroa contam se quatro torres prateadas. No dourado de Escudo centraram um castanheiro, ladeado de duas torres vermelhas e realçadas a preto. No largo do Bispo D. Alves Martins= situam se a estátua de bronze do “Vinhateiro” (da autoria de Laureano Ribatua) o mais recente bronze exposto na Vila e um busto do Bispo que dá o nome a este espaço. Existe ainda um busto representando o alijoense Dr. Rufino, médico de profissão e que ocupou a cadeira da edilidade. Esta pequena estátua contribui para a memória e embelezamento da área envolvente do alçado do Hospital da Misericórdia. Hospital que o Dr. Rufino ajudou a abrirem 1941, após a doação do edifício pelas beneméritas D. Amélia Borges e D. Delfina Borges Ervedosa. Como resposta ao Turismo, que é já um recurso económico de grande importância, foi instalado um posto de informações no antigo edifício do SLAT, feito em granito, no tempo de Salazar. Os miradouro de Santo António, no cimo de Alijó, e de São Domingos, no pico do mesmo nome, oferecem duas impressionantes panorâmicas paisagísticas. A Vila de Alijó conta ainda com diversos restaurantes e hospedarias, mas são nas Adegas do Souto (em Presandães), Cêpa Torta e na Pousada do Barão Forrester, que servem as melhores refeições regionais (a sopa de castanhas, sopa seca; a açorda de espargos, milhos à transmontana; a perdiz com molho vilão, a feijoada de javali, o cabrito em migas; massada de bacalhau com tomate e cebola; na sobremesa: pão de ló de água de Santa Eugénia, pêras borrachonas de moscatel de Favaios ou de Porto). Refira se aqui que o Restaurante Cêpa Torta arrecadou uma medalha de prata no II Concurso Vinho do Porto e Gastronomia. No mesmo certame a Pousada Forrester, que decorreu de 5 a 13 em Novembro de 2001, arrecadou a sua segunda medalha de ouro, neste domínio. A Pousada de Alijó, como também é designado este empreendimento hoteleiro restruturado e aumentado pela ENATUR, foi mandada construir pelo comendador José Rufino, em 1944, que lhe deu o nome do escocês apaixonado pela região duriense o Barão Forrester. Para entretenimento e prática desportiva os alijoenses e visitantes podem também usufruir de vários cortes de ténis e do Complexo das Piscinas Municipais. Paralelamente, os campos de futebol de cinco, os pavilhões desportivos e o Clube de Caça e Pesca garantem anualmente, aos jovens e adultos, a prática de outras actividades desportivas. Já a Discoteca Laje, com capacidade para cem pessoas, é sem dúvida um ponto de lazer para muito jovens, nomeadamente, nos fins de semana e nas noites quentes de verão. A educação e ensino, que agora inclui o infantário, passam pelas escolas primárias de Alijó, Granja e Presandães que, provavelmente, surgirão como fazendo parte de um sistema integrado ou agrupamento do estabelecimento do Ensino EB 2/3 D. Sancho II, onde o número de estudantes ultrapassa os 400. A equipa docente desta escola compreende 49 professores que leccionam em várias turmas desde o 5 ano de escolaridade obrigatória ao 8.° Ano. Na Escola Secundária de Alijó, há para 500 alunos do 9.° ao 12.° ano, 80 professores. Outra instituição educativa é a Biblioteca Municipal que, respondendo às exigências do presente, nos âmbitos da leitura, da videoteca e investigação, abrange quase todas categorias etárias. Ainda neste domínio, em 2000, foi criada uma Casa de Gravura no antigo lavadouro público que há muito não tinha serventia alguma. Aqui se fazem mostras de gravura de artistas consagrados e se ministram pequenos cursos desta arte, sobretudo, aos jovens. E no âmbito da assistência social acaba de ser inaugurado, a 24.11.01, um complexo para a terceira idade que vem complementar o Lar da Misericórdia do Hospital que tinha apenas capacidade para receber 30 idosos. A Residência de Estudantes da Granja recebe alunos das freguesias do concelho, em regime interno, durante o ano lectivo. Do património da construção civil destacam se a Casa dos Mansilhas (na Rua da Calçada), o Solar dos Castros, a casa do Doutor Vieira, Casa do Visconde de Alijó, A casa dos Queirós (na Rua Bento Queirós), Casa dos Távoras e o edifício da Câmara Municipal; todos edifícios brasonados. O Mercado Municipal, com duas dezenas de anos, justifica sempre uma visita. O Estádio de Futebol, os jardins públicos e as avenidas, são também locais de interesse. Nas adegas do Casal da Granja, propriedade da Real Companhia Velha, e da Cooperativa de Alijó podemos apreciar bons vinhos de mesa, do Porto, de moscatel e espumante, de Reserva ou de VQPRD. Outra quinta importante, localizada na Granja, é a da Carvalha. De todas, a mais importante é a Adega Cooperativa de Alijó, fundada em 1960, está, presentemente, com 1857 associados inscritos. Anualmente, esta cooperativa, produz cerca de um milhão de litros de vinho fino, sensivelmente a mesma quantidade de moscatel e ainda 7000 pipas de vinhos de mesas. Os seus vinhos tem sido agraciados com vários prémios, do qual se destaca a medalha ouro de Campeão em 1984, na cidade de Ljubliana. Mas o que mais clama um olhar atento, a qualquer viandante, é o “Plátano” centenário. Esta imponente árvore, já com um tronco de seis metros de diâmetro, que foi plantada pelo 1° Visconde da Ribeira, Joaquim Pinto de Magalhães’, fidalgo da Casa Real, em 1856, tem servido de ex libris para os rótulos de vinhos locais, arrecadando a também atenção dos amantes da fotografia e de diversos escritores e poetas como António Cabral, Júlio Llamares, Jorge Laiginhas ou Miguel TorgaS). Também na povoação de Presandães encontramos um interessante cruzeiro da Senhora das Dores, que no fuste e nas duas faces da Cruz contem várias representações escultóricas. Os alijoenses desfrutam ainda de duas feiras nos dias 11 e 24 de cada mês. E é no dia 14 de Agosto que aqui se faz a grande Feira Anual, registando também a presença de milhares de emigrantes, atinge a dimensão da Feira de São Martinho que, por ser Feriado Municipal, atrai numerosos forasteiros e ocorre aos 11 de Novembro de cada ano. A Feira Agrícola Vidouro é outro importante evento no domínio dos negócios que, reunindo cerca de 60 expositores, atrai mais de 12 milhares visitantes. A Câmara instalou um Parque Industrial, que vem contribuindo para o desenvolvimento e ordenamento deste sector económico. Mas a maior superfície comercial aqui existente é do “Itttermarché”. No ramo da panificação encontramos uma padaria, no Parque industrial, que se dedica também à fabrico de doçaria. No lugar da Granja existe apenas uma pastelaria. Alijó já tem um moderno quartel de Bombeiros que resguarda 11 viaturas, no activo e com funcionalidades diversas, sendo 4 delas ambulâncias. A Associação Humanitária, fundada a 1 de Junho de 1932, dirige a cooperação de 63 soldados da paz. Tem também a seu cargo um grande salão de espectáculos e nas suas dependências, a breve trecho, serão iniciadas outras obras de construção. Após o “25 de Abril”, foram Presidentes da Câmara Municipal o Dr. Camilo Botelho (Advogado), Francisco Paula Silva Cardoso (bancário), Dr. Aníbal Ferreira (professor), Dr. Joaquim Cerca (Médico) e Dr. José Artur Cascarejo (professor). Temos depois a povoação do AMIEIRO, que pelo Censos de 1991, era de 92 residentes, está implantado na encosta arborizada com sobreiros que dá para o vale do rio Tinhela. A sua área geográfica é de 6,41 Km. À beira da estrada municipal de São Mamede a esta povoação, apercebemo nos facilmente do seu Miradouro da Fraga que permite avistar o vale do Tua, com toda a agressividade granítica que nos impressiona e fascina. Nesta aldeia singular, devido à disposição do casario, descobre se uma bela Igreja Matriz dedicada a Santa Luzia. A antiga freguesia era curato da apresentação do reitor da paróquia de Alijó. Já perto de Safres, no ano de 1990, foi identificado um habitat romano, próximo de terras propícias ao cultivo de vinha e oliveira, implantado numa vasta área de sobreiros e azinheiras. Antes de chegar a esta pequena aldeia apercebemo nos da uma Calçada Romana que foi sujeita a algumas medidas de conservação, por ter sido considerada Património Arqueológico. Outrora esta via fazia ligação com São Mamede de Riba Tua. No interior do casario do Amieiro, rodeada de terras adequadas para o cultivo de laranjeiras e oliveiras, descobrimos que, além de uma fonte de duas bicas em cantaria, existem a capelinha de Santo António e, na quinta do Dr. João C. Noronha, a capela particular erguida em honra de Nossa Senhora da Conceição. O acesso ao Concelho de Carrazeda de Anciães faz se por uma ponte de ferro, recentemente edificada, que veio substituir o antigo teleférico actualmente desactivado. O orago é Santa Luzia. E é no último domingo de Julho que realizam as festividades em honra da padroeira. Temos agora a Freguesia de CARLÃO que, em 1991, tinha uma população residente que ultrapassava o milhar, agora registou 882 indivíduos. Esta freguesia integra os aglomerados de Casas da Serra e Franzilhal. O seu tamanho geográfico atinge os 26,45 Km2. Cartão assinala pelos vestígios arqueológicos que foi ocupada há vários milhares de anos. Um dos exemplos mais notável que nos chegou desse tempo é o castro, mesmo junto da aldeia, onde se descobrem várias rochas em que foram escavados pequenos orifícios e cavidades que se admite terem sido lagares usados durante a Proto História. Na encosta do Vale que dá para a ribeira de Rebugosa, localizam se as pinturas rupestres de Pala Pinta. São também importantes para a historiografia do concelho as gravuras rupestres de Boletinha e da Igrejinha que se localizam nas proximidades do Franzilhal. Sabemos igualmente que, mais tarde, este território foi atravessado por uma importante via romana que da qual ainda existe a ponte romana sobre o Tinhela servia a antiga povoação. Da sua História, mais recente, Cartão fez parte da paróquia medieval de Alijó, passando a ser cura da apresentação do reitor daquela área eclesiástica até que se institui como curato próprio. E na primeira metade do século XVIII, o pároco de Carlão era vigário colado, pertencendo os dízimos ao Colégio de São Pedro da Universidade de Coimbra. Na altura a freguesia de Cartão fazia parte da antiga comarca de Miranda. A pequena capela do cemitério merece também a nossa atenção, não pela fé que aí fervilhou, mas por ser construção românica. Ainda no espaço da construção religiosa mostra se interessante a Igreja paroquial, edifício do séc. XVIII, assim como a capela de Nossa senhora dos Remédios. Na povoação do Franzilhal justifica este destaque a igreja do mesmo nome. O termo da freguesia de Carlão detém, muito provavelmente, a maior área florestal do concelho, e que os Miradouros da Cunha e de Santa Catarina permitem contemplar até aos vales do Tua, do Tinhela e da Rebugosa. Cabe ao Centro Recreativo de Vila de Carlão a obrigação de dar apoio no âmbito social e cultural. Os maiores festejos em honra de Santa Á_ueda decorrem no último fim de semana de Agosto. A Banda de Música de Cartão, fundada em 1990, é dirigida pelo Maestro Carlos Lopes Pereira, tem 50 músicos e 238 associados. Aparte de todo conjuntos de manifestações habituais nestas festividades, está o “foguete de Arroba” que, como evento extraordinário, atrai milhares de forasteiros ao arraial. Seguidamente, temos a aldeia de CASAL DE LOIVOS com uma população que não ultrapassa duzentas e cinquenta almas, está situada na encosta sobranceira ao rio Douro. A sua extensão geográfica é de 3,55 Km2. O Passado desta aldeia começou, provavelmente, na Cerca de Casal de Loivos, sobranceira ao Douro, da qual ainda persistem alguns vestígios. A referida Cerca queda se à altitude: 475 metros e foi citada como castro (por Ricardo Severo) e como restos de uma fortificação. A povoação de casal de Loivos teve carta de Foral de D. Sancho I, em 1260. Mas a antiga freguesia, antes de se tornar independente, era vigararia anexa à abadia de Gouvães do Douro. No ano de 1838, surge integrada na de Favaios e na comarca de Alijó. Já em 1878 aparece no julgado de Favaios. Todavia, a partir de 1966, a paróquia de Casal de Loivos figura novamente na de Gouvães de Douro e na comarca de Vila Real. O seu miradouro oferece nos uma paisagem de azul e vinhedos deslumbrante e que, por vezes, deixa que sigamos com o olhar o comboio ou um navio. E uma estada na Casa Casal de Loivos (Turismo de Habitação) propriedade também ligada à produção de vinho do Porto permitirá conhecer também a calçada da Estrada Real. Este Casal que é também designado por Casal do Visconde de Chanceleiros fica próximo do importante conjunto de belos azulejos da escola primária. É no dia 24 de Agosto que São Bartolomeu é distinguido com as maiores festividades nesta aldeia. Outra povoação debruçada sobre o rio que nasce na Serra de Orbião é CASTEDO DO DOURO. Nesta freguesia de 13,47 km= de superfície, encontramos uma população residente de apenas 494 pessoas. A antiga freguesia era curato da apresentação do reitor da paróquia de Alijó. No ano de 1852, aparece integrada no concelho e comarca de Vila Real. Até 1855, foi também vigararia da apresentação do abade de Vilarinho da Castanheira, no termo da mesma vila. Em 1878, figura no concelho e julgado de Alijó. No âmbito da arquitectura religiosa, destacamos a Igreja Matriz dedicada a Santa Maria Maior que, além de duas belas estatuas de santos, possui uma extraordinária pintura sobre a madeira do tecto, representando o Baptismo de São João Baptista. Aqui ainda construíram as capelas de Nossa senhora Auxiliadora, de Santa Marinha e de Santo António. Mas o principal andor na procissão das grandes festividades religiosas, no último domingo de Julho, é o de São João Baptista. O miradouro de Santa Marinha dá uma panorâmica do casario, em que predomina o granito, e ainda uma visão singular sobre o vale onde os vinhedos que, das quintas que roçam o rio Douro, produzem os melhores vinhos do Porto. Das casas brasonadas, o destaque recai sobre a Casa Queiroz. As quintas do Cíbio, de Sobradais, do Merouço, do Roriz, do Carvalheiro, onde se localiza o antigo apeadeiro do Castedo, são as mais importantes nas terras desta freguesia. Castedo é a terra natal do Prof. Dr. Lopes Praça’ e do poeta, ensaísta e romancista, António Cabral. Ainda sobranceira ao Douro temos outra pequena aldeia, a de COTAS, sitiada de vinhas, e que tem uma população residente de 273 indivíduos. Esta freguesia, atravessada pelo Fragoso, pequeno afluente do Douro, engloba as povoações de Cotas e Póvoa. A área desta freguesia é de 15,38 km=. A povoação possui uma capela, com a fachada coberta de um belo azulejo, dedicada a Santa Maria Maior. A capela da Póvoa é devota a Santo André. Os vinhedos implantados em socalcos e patamares, em que a casta barroca tinta é predominante, dão nome pela qualidade do vinho generoso que produzem as quintas das Liceiras, do Portas, do Roncão Velho. Numa das dependências da Quinta da Romaneira, com uma arquitectura a indiciar o estilo Barroco, ressalta ainda pequena pedra de armas. E onde esta herdade, hoje uma sociedade agrícola com o mesmo nome, borda o rio Douro com estupendo laranjal, a completar o anfiteatro da orografia, queda se a linha do caminho de ferro. E aqui, periodicamente, circula ainda um antigo comboio com duas ou três carruagens de turistas, fumegando como outrora, mas já não pára no velho apeadeiro de Cotas para deixar e levar as rogas de trabalhadores. É a 8 de Setembro ou no 1° Domingo deste mês que se celebram as grandes festividades que homenageiam Santa Maria de Cotas. Subimos até ao sopé da serra do Vilarelho e estamos nos domínios Vila de FAVAIOS. A Freguesia, compreendendo ainda os lugares de Mondego e Soutelinho. Conta com 1.314 de residentes, segundo o último censo. A actual área de da freguesia é de 20,57 Km2. Esta localidade retomou o estatuto de vila em 20 de Junho de 1991, que perdera, mesmo antes da última reunião da Câmara Municipal de Favaios, sob a presidência de Bernardo Correia de Castro Sepúlveda, que se efectuou aos 20 de Janeiro de 1854, uma vez que, por Decreto de 31 de Dezembro de 1853, o Concelho já se achava suprimido e anexado ao de Alijó. Mas a História de Favaios fervilhara já na época castreja ou seja no pequeno castro quase irreconhecível de Santa Bárbara com a presença dos romanos. Virado para poente, o Castro ou Castelo do Vilarelho é uma das maiores edificações deste tipo no concelho, que foi reocupado durante a Pré Romanização, situa se a cerca de Igreja Matriz de Favaios 820 metros de altitude, a sul do Planalto de Alijó, dominando Favaios e uma vasta área até ao Vale do Pinhão. O enquadramento destes dois arqueossítios abrange também o habitat de São Bento e a quinta de São Jorge. O castro de Santa Bárbara, a 710 metros de altitude, sobre um espigão domina o Vale d’Anais ou Valedanaias plantado de vinha e oliveira. No sopé da pequena cumeada, perto do cemitério, existiu um habitat romano, cujas ruínas foram ainda observada pelo historiador João de Barros. O Castro de Vilarelho, de forma semicircular, identificado também por muralhas de Favaios, é um povoado já de grandes dimensões. O torreão, onde se distingue um campo de pedras fincadas, recebe a primeira linha de muralhas. A norte do seu perímetro aparece um fosso onde guardariam o gado e, provavelmente, animais de tiro. As pastagens, os terrenos do cultivo de cereal e outros recurso silvestres, estariam na planura existente a noroeste. A segunda muralha, desenvolvendo se para sudoeste, atinge nalguns sítios a largura de quatro metros. O miolo destas muralhas é preenchido com pedra partida. Apesar da sua dimensão e importância estratégica, não se identificaram ainda quaisquer estruturas habitacionais. Com o decorrer dos tempos, julga se que este castelo foi tomado temporariamente também pelos árabes, e por essa razão os favaienses se refugiariam no lugar de São Bento (este arqueossítio não coincide com o que Frei’ Francisco dos Prazeres Maranhão (1790 1852) descreve in “Breve Notícia da terra de Palioyas), onde fundaram um povoado. As ruínas, ainda bem visíveis deste habitat, estão hoje circundadas por um cerrado matagal que cobre todo o pequeno vale que toca com a Quinta da Pessegueira. Deste lugar que se tem designado de lugar de São Bento os favaiense faziam investidas aos mouros. Com o passar do tempo alguns favaienses instalaram se sobretudo na Póvoa, em Vilarinho de Cotas e, uma grande parte, assentou arraiais no lugar da quinta de S. Jorge que desfrutava de um bom ribeiro, de boas terras e melhores condições logísticas para desalojar os invasores. Neste sítio ergueram a capela então igreja de São Jorge. E a população de Vilarinho e de Cotas passam a frequentar este templo para o qual, anualmente, o contribuíam com um vintém. Quando o inimigo que seguia a fé islâmica se afastou para sul do Douro a população do habitat de S. Jorge veio a ocupar o lugar onde Favaios cresceu até ao nossos dias. No alçado norte desta capela românica, dedicada a São Jorge, incluíram uma estela funerária ornamentada com uma meia lua e três arcos rebaixados, seguidos do texto latino que, traduzido pelos Drs. Carlos Alberto Brochado de Almeida e Manuel Alves Plácido’, se apresenta assim: “Consagrado aos deuses Manes. Flaccilla. Flaccina e Materna mandaram erigir as expensa próprias à mãe, ao pai e ao irmão (falecido) com 18 anos”. Pelos Censuais de Braga, elaborados em 1084 e em 1091, foram exigidas prestações àfreguesia de Favaios. Mais tarde, em 29 de Outubro 1211, D. Afonso JI concede lhe foral, tornando a vila e sede de concelho. Favaios foi também uma reitoria da apresentação da mitra. D. Afonso III, atribui aos favaienses novo Foral, a que se seguiu a carta de Foral de D. Dinis, datada em Lisboa a 20 de Julho 1284. Também D. Manuel I, aos 16 de Julho de 1514, doa novo Foral confirmando mais privilégios aos favaienses. Estes então, como forma de agradecimento, fizeram erguer um belo chafariz com armas manuelinas. A vila foi também se nhorio da família Távora até 1559, data em que passou para a Coroa. A quinta de S. Jorge, com a referida capela, foi pertença da família dos Sepúlvedas, onde edificaram um solar de estilo barroco, com o respectivo jardim. D. Maria Josefa, esposa do 1.° Visconde de Ervedosa, herdará o Morgado da referida propriedade. Dos templos religiosos o primeiro destaque vai para a capela de S. Paio que também chamada de “Sampainho” está dedi cada ao jovem martirizado a mando de Abedarraman II. A capelinha está datada de 1639. Sobre a lintel da porta lê se:” REEDIFICAÇÃO POR DEVOÇÃO O HRMO TEIXEIRA COM AJUDA DE OUTROS DEVOTOS”. Na Rua Direita, temos a capela de Santo António, datada do século XVII. Na fachada de pedra, em que se vislumbra um brasão de família, insculpiram sobre a padieira da porta o seguinte texto “AO GLORIOSOS PADRE S. ANTÓNIO DEDICOU ESTA CAPELA NICOLAU DE QUEYROS PINTO ANNO DE 1676”. O seu tecto de madeira acolhe, numa composição de 30 caixotões, 29 pinturas de santos da Igreja, todos identificados pelo nome em rodapé. E no único dos caixotões sem pintura lê se que “JOSÉ PINTO de QUEIROS SARMENTO Mandou Pintar Dourar esta Capela Anno de 1779”. No altar de talha aparecem nove baldaquinos que acolhem igual número da figuras religiosas. Uma pintura do patrono da capela eleva se das restantes estatuetas religiosas. No chão desta capela temos a pedra tumular assinalando que aí foi depositado o detentor do solar. Já a capela de Santa Bárbara é uma reconstrução do século passado. Está sobre o monte do mesmo nome do qual se pode apreciar um vasto panorama sobre a vila e as terras circundantes. A capela do Senhor Jesus do Outeiro, edificada quase no centro do que hoje é a povoação, surgiu no século XIX, com uma interessante escadaria, é outro exemplar a merecer a atenção dos que visitam Favaios. As festividades mais importantes de Favaios, que decorrem no primeiro domingo de Agosto, convergem a este santuário por estar dedicado ao padroeiro da terra. No ano de 1820 deram início as obras da Igreja Matriz de S. Domingos de Gusmão: só de pedreiro, a nave e a torre para um carri lhão de oito sinos custaram 25 mil cruzados. As obras deste imponente edifício reiniciariam 15 anos mais tarde. Já com a capela mor acabada, em 1840, dá se a inauguração celebrada pelo P.e António de Moura. No entanto, foram necessários mais três anos para que as celebrações litúrgicas fossem diariamente realizadas. Com a torre mais alta do Distrito, esta elegante igreja é um belo exemplar da arquitectura religiosa. Os residentes de Mondego consagraram a sua capelinha de Nossa Senhora das Dores. E no lugar de Soutelinho, os moradores erigiram também uma capela dedicada à Senhora das Neves. Na Vila de Favaios descobrimos diversas casas brasonadas dos séculos XVI, XVII e XVIII, sobretudo na Rua Direita. Esta circunstância, não alheada da mesma rua ter entre a “Obra e a Igreja Matriz todas as casas com fachadas de granito, contribuiu para que Favaios tivesse sido, em 2000, englobada no projecto ambicioso das Aldeias Vinhateiras. Com este incremento procura se proteger e valorizar o património e, ao mesmo tempo, integrá lo nas rotas turísticas de índole cultural. Das casas brasonadas, o destaque vai para a casa de Lopo Vaz Moutinho (século XVI), que, além ostentar uma escadaria e janela geminada, apresenta a seguinte inscrição: “1598 ESTA CASA MANDOU FAZER LOPO VAZ MOUTINHO”. Na construção civil são relevantes ainda a casa de Nicolau Pinto, de 1876; a “Obra” cuja fachada da época de D. José se encontra em ruínas; o antigo Paços do Concelho, onde estão os serviços dos Correios; o Solar dos Pintos e o edifício do Visconde de Treixedo. As outras obras que justificam uma referência são o Fontanário e lavadouro, localizado na rua de Além da Fonte. do séc. XVIII, e o lavadouro Público do tempo do Estado Novo, que se encontra. de momento, sem alguma serventia. Temos ainda três Marcos graníticos, classificados de Património concelhio, o Marco da Muda, no lugar do mesmo nome, o Marco da Paladosa. na Costa de Soutelinho, e o Marco do Vale da Siva, Dos vários elementos decorativos como o carro de bois, uma amassadeira de ferro e uma prensa vinícola, que alindam a vila, para além das fontes e da avenida e dos recantos ajardinados, existe um medalhão do Pe. João Baptista Pires de Morais, um monumento dedicado ao Dr. Camilo Botelho` e um busto do Eng. Manuel Queiroz. O Cruzeiro de Favaios é também um elemento decorativo e sobretudo emblemático da vila. Encontramos outro, entre Mondego e Soutelinho, mas de menor imponência. Quando se fala de Favaios relacionamo la imediatamente ao vinho de moscatel. do porto e de mesa, tanto mais que já consolidou o título “Capital do Moscatel”. Refira se que este afamado vinho provém da casta moscatel galego. E os visitantes que já entraram e são milhares todos os anos na Adega Cooperativa (fundada em 24 de Dezembro de 1951), presentemente integrada na “Rota do Vinho do Porto”, foram confrontados com os vários diplomas de importantes concursos que agraciaram os seus vinhos. Recorda se que esta cooperativa arrecadou, entre outros galardões, a medalha de ouro de certame, em Bratislava. A Adega tem cerca 800 sócios que aí depositam aproximadamente um milhão e trezentos mil litros de mosto para vinho de Porto, dois milhões e duzentos mil litros de moscatel, e ainda mais de dois milhões de litros de vinhos de mesa. Também a Adega Particular da Casa Grande produz vinhos de elevada qualidade. Ambas oferecem, diariamente, nas suas instalações de vendas, uma prova de vinho, mesmo aos que simplesmente as visitam. Regista se que são muitos milhares de excursionistas que, todos os anos, nomeadamente aos fins de semana, procuram nas quintas e, sobretudo, nas adegas ou noutros locais de venda, os vinhos de Moscatel, do Porto, reservas, aguardentes e outros vinhos durienses. Na culinária favaiense destaca se o Bucho de Carne. Todavia é a bola de carne o produto que mais facilmente se pode adquirir nos snaks bares, nos cafés e nas padarias. O trigo de quatro cantos, que se vende por todo o concelho e terras limítrofes, éoutro produto cuja qualidade continua a justificar a fama que granjeou. Favaios possui um quartel de Bombeiros Voluntários, fundado em Setembro de 1915, tem uma frota de 14 viaturas, das quais 8 em actividade. A sua Fanfarra, composta por 40 elementos, participa regularmente em diversos eventos culturais. No Teatro inaugurado em 1919, com capacidade para 400 espectadores, trabalharam ou apenas actuaram companhias profissionais (Companhia de Teatro Arlequins) e amadoras (Grupo de Teatro Amador “A Muralha” e o da Casa do Povo de Favalos). Para outras actividades de lazer e desporto, existem o estádio, um polivalente destinado à prática de ténis e futebol de cinco, e, para os mais pequeninos, um parque infantil. No âmbito de apoio social, refira se a Casa do Povo de Favaios, que foi a primeira criada no País. Temos ainda o complexo do Infantário e jardim de Infância, um edifício moderno e inaugurado no tempo em que a professora D. Maria Manuela Serafim de Carvalho foi presidente da Junta de Freguesia. Existe ainda o Lar de Dia de Santa Clara que ampara a terceira idade. A maioria da população está ligada à actividade agrícola, sobretudo na cultura da vinha, à panificação e aos serviços de restauração e, nomeadamente, na cafetaria. A vitivinicultura é a actividade económica mais considerável desta terra. No entanto a indústria panificadora conta com seis padarias em actividade. Das quintas mais importantes que ainda não foram mencionadas, nesta freguesia, salientam se a Quinta particular da Arufe, a da Borralheira, da Costa e da Salgueira. Por fim, referiremos, como nótula histórica, que D. Manuela Serafim de Carvalho, natural de Favaios, deteve as rédeas desta Junta de Freguesia, a partir de 1980, durante quatro mandatos consecutivos. Depois aparece nos a Freguesia de PEGARINHOS compreendendo as povoações de Pegarinhos, de Castrorigo, Vale de Mir e lugar de Alto de Pegarinhos. Numa superfície de 20,13 Km=, residem, presentemente, 575 pessoas. Este território era já habitado, durante a Proto História, e depreende se pela existência das gravura rupestres da Boletinha e da Igrejinha. E, da época castreja, o legado mais importante é o Castelo de Castorigo, sobranceiro ao médio vale do rio Tinhela (nasce em Tinhela e em Valugas, no termo de Vila Pouca). Este castro era defendido por duas linhas de muralha de aparelho poligonal e quadrangular, granítico, acomodado ao circuito do cabeço, as quais delimitavam um amplo espaço interior. Possui uma terceira linha de muralha, de aparelho de pedra granitosa de grandes dimensões, que foi acrescentada na vertente ocidental do relevo. A porta é estreita e corta a muralha, na ortogonal. Este povoado, pelos vestígios aí encontrados, permite concluir que estaria ocupado na Idade do ferro e Romanização. No seu interior conservam se tanques, provavelmente, destinados à produção de azeite. Como antiga freguesia foi curato anual da apresentação do Prior e Colegiada de Guimarães, aparecendo no termo da vila de Murça até que passou a figurar como reitoria. No ano de 1839, encontrava se ainda na comarca de Vila Real. E, por Decreto de 24 de Outubro de 1855, é integrada no concelho de Alijó. Pegarinhos tem como importante edificação religiosa a Igreja Matriz de Pegarinhos dedicada a Nossa senhora dos Aflitos. Também a Capela de São Bartolomeu detém grande valor eclesiástico. O orago é Santa Maria dos Serafins. No domínio das actividades culturais, a população pode assistir a representações no Salão de Teatro de Pegarinhos que, sem um grupo de teatro amador permanente, tem recebido grupos de teatro de outras localidades. Em 1955, diversos vinhateiros fundaram a Adega Cooperativa de Pegarinhos e que actualmente conta com 420 sócios. Este estabelecimento produz anualmente cerca de seiscentos mil de litros de vinhos, dos quais cento e cinquenta milhares de litros de vinho generoso, vinte milhares de litros de moscatel e cerca de quatrocentos e vinte e cinco mil litros de vinhos de mesa. Passamos à localidade do PINHÃO, situada na margem norte do rio Douro, onde o desagua o afluente Pinhão. Passou à categoria administrativa de vila em 1991. A população, pelo censo desse ano, era de 1.169 residentes, dentro de uma área geográfica com 3 Km2. Como localidade ribeirinha ao Douro, a baixa da povoação está sujeita às cheias periódicas que ocorrem sempre nos invernos chuvosos, como acontece também na Régua ou em Gaia. Curiosamente também são estas as três localidades mais peculiares no armazenamento do vinho do Porto. Devido a regularização do caudal do rio Douro pelas barragens, estas inundações não atingem agora os níveis preocupantes que sempre ocorreram, com destaque para as cheias das primeiras décadas do século XX. O património religioso edificado prende se com a Igreja da Nossa Senhora da Conceição que também é seu orago, com um cruzeiro, e uma pequena capela. É no 2.° Domingo de Julho que se realizam as festividades dedicadas em honra da sua padroeira. Esta localidade éservida por quatro pontes. A mais conhecida é a ponte de ferro que atravessa o Douro. E as pontes que unem as margens do rio Pinhão, com grande importância no domínio da comunicação de pessoas e veículos, são também a ponte do caminho de ferro, a velha ponte de pedra e uma moderna ponte pedonal, concluída e inaugurada em 2001. Esta vila brinda todos os que a visitam, na Estação dos Caminhos de Ferro Portugueses CP, com um notável conjunto de 24 painéis de azulejos azuis, datados de 1860. Estes quadros que ilustram as lides da vinha e aspectos paisagísticos mais marcantes do Douro, tornaram se numa importante atracção turística. As praias fluviais dos dois rios que banham a vila mimoseiam, nos quentes verões. os pinhoenses. Na margem do Douro descobrimos a Marina, que acolhe um grande número de iates, e o pequeno porto onde atracam as embarcações maiores carregadas de turistas. As recordações do Pinhão assim como garrafas de vinhos desta região vinícola adquirem se nos Balseiros, no Posto de Turismo da Casa do Povo e na Garrafeira Campo Maiorense. Destinados ao lazer e desporto, localizam se, à beira rio, o Clube Pinhoense de Caça e Pesca, casas de restauração com pratos regionais, bares, espaços ajardinados, um parque infantil, um campo de futebol cinco, e o Vintage House Hotel. Algumas das actividades culturais e de extensão social estão a cargo do Centro Recreativo do Pinhão. O lindíssimo complexo hoteleiro, que é Vintage House Hotel, está servido por estrada, via fluvial e via férrea. Possui, além das dependências específicas deste empreendimento, uma piscina, um jardim, um campo de ténis e uma extraordinária Cave com os melhores vinhos das casas e quintas produtoras de vinhos da Região Demarcada do Douro. Este Hotel faz parte da Rota do Vinho do Porto e tem uma espécie de acordo com as companhias de navios de cruzeiros no rio Douro. As maiores quintas do Pinhão são a das Carvalhas, a do Bonfim, a da Foz e a das Lameiras, do Noval, que produzem vinhos de mesa, do Porto e azeite, produtos destinados aos mercados nacionais e estrangeiros. Permitam me referir que a quinta do Noval produziu, em 1931, um Porto Vintage considerado um dos doze melhores vinhos do Mundo produzidos no século XX. Quanto ao ensino e educação, existe a Escola EB 2/3 do Pinhão que não fazendo parte de um departamento dá continuidade nos estudos aos alunos da escola primária do Pinhão e das escolas básicas das freguesias mais próximas. Este estabelecimento de ensino conta com 30 professores e um corpo discente de cerca 200 alunos. Associação Humanitária de Voluntários, constituída actualmente por 1.120 associados, surgiu a 2 de Julho de 1976. A cooperação de bombeiros possui um Quartel novo que entrou em funcionamento na comemoração dos 25 anos de existência da sua Associação. Está ao serviço um corpo de voluntários composto por 30 elementos, servidos por 11 viaturas. Anualmente realizam se as grandes festividades em homenagem de Nossa Senhora da Conceição. E o Cortejo Carnavalesco, o único do Concelho, também atrai milhares de forasteiros. A população residente da Freguesia do PÓPULO é apenas de 336 indivíduos. Com uma área de 12,72 km2. Esta freguesia tem como povoações a do Pópulo, de Casas da Estrada, de Cal de Bois e do Vale de Cunho. Do período castrejo o mais importante castro situado nesta freguesia é o Castelo de S. Marcos, devido ao santuário que aí ergueram, ou Castro do Pópulo, localizado no bordo nordeste do planalto de Alijó. Estava ladeado de colinas, até ao vale do Tinhela, de chãs favoráveis ao cultivo de cereais e prática da pastorícia. Está assente num “castelo granítico”, cujo o circuito defensivo se encontra ainda bem conservado. O povoado era defendido por duas muralhas de perímetro irregular, que em algumas partes chega aos três metros de altura. A nordeste, na muralha interna, reconhece se um torreão. Na estrutura e aparelho das linhas de muralha apresenta um aparelho de pedra poligonal e rectangular, sendo o interior preenchido com pequenas pedras de granito. Em Vale de Mir, precisamente no bordo oriental do planalto de Alijó, a 782 metros de altitude, ficou nos da fase castreja um castelo granítico de dimensão média, sobranceiro à zona de Ribatua e ao vale do rio Tinhela, que corre a nascente. Este castro, com taludes bem definidos, possui dois anéis de muralhas descentradas. A antiga freguesia do Pópulo era curato anual da apresentação da Colegiada de Guimarães, e circunscrita a de Murça. Mais tarde tornou se vigararia. Em 1839, figurava na Comarca de Vila Real, integrando a de Alijó em 1852. Por decreto de 24 de Outubro de 1855, foi integrada no concelho de Alijó. O Orago é São Sebastião. A igreja do Senhor da Boa Morte e o Cruzeiro como construção arrecadam algum interesse arquitectónico. Mas para habitantes do Pópulo são muito mais queridos corno baluartes que ajudam a manter, no dia a dia, vivência da fé. A freguesia de RIBALONGA, pelo recente inquérito nacional, tem uma população residente de 299 indivíduos, distribuída pelas povoações de Ribalonga e Rapadoura. A sua extensão geográfica abrange 9,15 km’ . Da época castreja, surge o Castelo de Ribalonga, situado no interior do Planalto de Alijó e sobranceiro à ribeira e à aldeia. Desta edificação apenas temos um resto de muralha, perto de uma pequena capela, a cerca de 750 metros de altitude. A realização do pequeno campo de futebol arruinou quase na totalidade deste castro da Idade do Ferro. E na proximidade da ribeira descobre uma sepultura escavada na rocha a 650 metros de altitudes. Aqui, pelo tipo de fragmentos de cerâmica que ainda se topam deve ter existido um habitat romano e que se arrastaria pela Alta Idade Média. Como paróquia foi uma antiga freguesia, no termo de Vila Real, pertencendo ao curato anexo à paróquia de Trêsminas. Em 1839 pertencia ao concelho e comarca de Vila Real. E em 1852, integrava o Concelho de Vilar de Maçada. Com a extinção deste, a partir de 1874, passa a figurar no concelho e comarca de Alijó. A igreja Matriz de Ribalonga, consagrada a Santa Ana, acolhe as maiores solenidades no último domingo de Agosto. Temos depois a simpática localidade de SANFINS DO DOURO, a dois quilómetros da margem do rio Pinhão, que atingiu o estatuto de vila aos 20 de Junho de 1991. A sua população residente, em 2001, contou 1.766 indivíduos. Actualmente esta freguesia tem mais de um milhar de edifícios. Numa superfície geográfica de 18,45 km2, fazem parte da sua administração os aglomerados de Cheires, de Covas de Lobos e Agrelos e Sanradela. O seu emblemático Santuário de Nossa Senhora da Piedade foi edificado sobre um antigo castro que fora ocupado pelos Romanos. Dos Romanos, na sua passagem por aqui, legaram uma calçada e a pequena ponte de Rei do Moinho, que são bem visíveis da estrada municipal, entre Favaios e Sanfins do Douro. Essa ponte romana é uma das mais significativas marcas construídas durante a Romanização. No Centro de Sanfins existe uma fonte desse tempo, no entanto o complexo de bicas das águas férreas, junto do teatro da povoação, já ficou soterrado. Em 1783. o pároco de Sanfins referiu a existência de vários outros locais fortificados, mas que não se conseguem localizar com exactidão. Sanfins foi mencionada nas Inquirições de 1258. Tendo sido doada por D. Dinis ao seu filho bastardo Fernão Sanches, que depois a passou para o seu irmão D. João Afonso, em 1323, que nunca a usufruiu por ter sido condenado à morte por D. Afonso VI. No ano de 1329, Fernão Sanches legou os seus bens, incluindo Sanfins, ao monarca. Um mapa da província de Trás os Montes, editado em Lisboa, de 1762, revela esta povoação com a grafia de S. Fins. No termo de Vila Real, a antiga freguesia foi abadia da apresentação da Mitra da Sé de Braga. Como paróquia pertenceu ao arcebispado de Braga e, a partir de 1881, integrou o bispado de Lamego até que, a 20 de Abril de 1922, passou a fazer parte da Diocese de Vila Real. O orago, é Nossa Senhora da Assunção. A Igreja Matriz de Sanfins do Douro, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, possui um altar com uma bela talha dourada e uma impressionante pintura cobrindo a madeira do interior no tecto. Fazem parte do seu património um notável paramento com a inscrição de Sanfins, datado de 1638, e as várias imagens seiscentistas da Virgem. Este templo católico foi erigido em 1727, no tempo em que D. Rodrigo de Moura Teles era Arcebispo de Braga. Contígua à sacristia da igreja fica o edifício da Residência paroquial, construção do séc. XVII, com brasão, mas toda a construção está em mau estado de conservação. Segundo informações mais ou menos seguras podemos datar esta moradia do ano 1732, e que foi mandada erguer pelo Dr. Francisco Xavier de Magalhães Feio de Azevedo, então abade nesta paróquia. Neste domínio da arquitectura civil temos ainda o solar dos Condes de Vinhais. O Santuário de Nossa Senhora da Piedade compreende uma pequena Capela de forma circular, edificada em 1815, situada num largo miradouro. A Capela é de pequena dimensão mas possui uma bela talha. No acesso ao Santuário empedrado achamos um conjunto de quatro pequenas capelinhas. A primeira, com figuras de dimensões humanas, representa o Pretório de Pilatos, foi erguida em 1885. No ano seguinte edificou se a capelinha da Crucificação de Jesus. A terceira, acabada em 1880, conserva as figuras de S. João, Maria Madalena, e Nossa Senhora. Em 1865, a quarta Capela é dedicada à descida de Jesus da cruz. Todas estão a ser objecto de restauro. Há ainda uma pequena gruta com uma imagem religiosa. Como curiosidade, há aqui a tradição de, todos os anos, um grupo de pessoas arrematar, por uma quantia que pode ultrapassar os vinte milhares de Euros, o direito do grupo transportar o pesado andor da Senhora da Piedade, na grande procissão das festividades que lhe dedicam como padroeira. Este evento atrai inúmeros forasteiros que, no segundo fim de semana de Agosto, aproveitam para visitar também o Santuário. Na capela do Santuário da Senhora da Piedade encontra se o corpo incorrupto do Servo Sebas tião Maria que continua a granjear muitos devotos. A Associação dos Bombeiros Voluntários nasceu oficialmente a 9 de Maio de 1891. Quando comemorou o primeiro centenário de actividade procedeu à inauguração de um quartel novo e, ao mesmo tempo, erigiu uma estátua homenageando os soldados da paz. O corpo de bombeiros éconstituído por 65 indivíduos, mas a Associação deste organismo conta com 300 inscritos. O quartel alberga 9 viaturas com funções diferenciadas. Possui um fanfarra composta por 40 elementos. Tam bém na povoação de Cheires existe um pequeno quartel de bombeiros, fundando em 6 de Janeiro de 1931. A Associação tem 230 sócios e 60 bombeiros. Esta cooperação possui 7 viaturas, das quais 4 são ambulâncias Sanfins do Douro tem a maioria da sua população ligada à vinha que, tirando a Adega Particular Alonso, coloca as uvas na Adega Cooperativa, fundada em 1958. Esta instituição tem cerca de 400 Associados e produz mais de seiscentos e sessenta mil litros de vinho do Porto, setecentos e setenta mil litros de Moscatel, e oitocentos e vinte e cinco mil litros de vinhos de consumo branco e tinto. Na área da produção industrial acrescenta se apenas a existência de uma padaria. Também perto de Cheires, da estrada para Sabrosa temos um povoado fortificado apoiado num relevo de base xistosa em esporão debruçado sobre o rio Pinhão, apesar de encravado no fundo do vale apresenta boas condições defensivas. Embora muito atingido por destruições de vária ordem, ainda se podem observar os restos de duas linhas de muralha de aparelho de pedra partida. Estudos realizados no local, garantem que fora utilizado durante a Romanização, assim como o habitat Romano, entre Sanfins do Douro e Cheires, onde passava uma Via Romana. No âmbito da construção civil, tendo em conta algumas casas brasonadas, merece evidência o Solar dos Monterroios e a casa de Maurício Penha. A casa do escultor Maurício Penha, está transformada em museu, com exposições permanentes e cursos de gravura. No entanto a casa onde nasceu o fundador da cidade de São de Paulo, o Padre Manuel da Nóbrega, não obstante as várias placas comemorativas postas nas suas paredes revelar a sua importância histórica, continua ainda sem qualquer aproveitamento no domínio cultural, apesar de o justificar. Também a zona onde se encontram estes edifícios foi considerada centro histórico, devido à existência de vários edifícios bastante antigos e enquadrados na mesma linha arquitectónica. Em compensação, ainda que com alguma intenção de embelezar também a vila, no largo da igreja, firmaram um busto do proeminente missionário no Brasil, o P.e Manuel da Nóbrega. A pequena povoação de Cheires edificou uma Capela dedicada a S. Tiago, a quem prestam honrarias em Setembro. No aglomerado populacional de Agrelos, para aconchego da alma, construíram a Capela de Santa Bárbara. Em Covas de Lobos, outro lugar da Freguesia de Sanfins do Douro, ergueram também uma Capela, esta em honra de S. Roque. E, junto à ponte romana, nos limites da área desta freguesia, a praia Fluvial de Cheires é um importante recurso natural que serve. os residentes das localidades mais próximas: Sabrosa e Cheires, Favaios e Sanfins do Douro. Aos tempos de lazer preenchidos com o futebol, junta se a discoteca “Hillock Club”, com capacidade para 200 pessoas. A quinta do Estanho, localizada em Cheires, como produtora e engarrafadora de vinhos, possui reservas de vinho fino vintage (1989,1991,1994. 1998). A actividade agríco la de Cheires assenta, fundamentalmente, na produção do vinho, de azeite e na exploração da cortiça. Passamos a SANTA EUGÉNIA que é uma freguesia cuja população residente abrange 410 indivíduos. A sua área geográfica atinge 7,79 km2. Quando era freguesia, no termo de Murça a que pertencia, participava na apresentação do D. Prior da Colegiada de Guimarães. Em 1855, pelo Decreto de 24 de Outubro, é integrada no concelho de Alijó. Possui uma igreja dedicada a Santa Eugénia, que é também a santa padroeira na romaria que se cumpre no penúltimo domingo de Agosto. Também aqui foi erigida uma capela dedicada a Santa Bárbara. No cemitério edificaram uma capela que foi considerada de grande valor patrimonial. O seu Cruzeiro e as Alminhas da Senhora dos Bons Caminhos, apresentam, além da valência religiosa específica, um interesse arquitectónico significativo. No domínio da construção civil temos o Solar dos Cardoso e Cunha, situado na Rua do Vale, mesmo no burgo de Santa Eugénia. Em todas as feiras e festividades religiosas do concelho, as amêndoas cobertas e as cavacas desta aldeia estão presentes. Mais: a doçaria local conta ainda com os “quinzinhos “. o pudim de amêndoa, o pão de ló de água. A freguesia de SÃO MAMEDE DE RIBA TUA está situada na margem norte do rio Douro onde o afluente Tua desagua. A freguesia compreende as povoações de São Mamede de Riba Tua e de Safres, onde vivia uma população que, pelo Recenseamento de 1991, era de 1013 residentes. A sua grandeza geográfica atinge os 20,27 km2. Do período da Romanização desta região, que aqui terá tido uma forte presença, encontramos em Safres, entre 200 e 300 metros de altitude, já no extremo do vale do Tua, numerosos vestígios de um habitat. Seria um Casal Romano que abrangia toda a área chã, onde se vislumbra a vegetação de terrenos secos, como sobreiros e azinheiras; e terrenos muito favoráveis à cultura da vinha e da oliveira. Os vestígios e outros objectos de metais nobres, achados nesta freguesia, não deixam dúvidas quanto à presença dos Romanos aqui. Neste domínio o que se conhece de mais expressivo são os tesouros de denários exumados no séc. XIX, e designados por: Tesouro Monetário tlo Termo de S. Mamede de Riba Tua e o Tesouro Monetário Romano, sem contexto conhecido; o Tesouro Romano das Coronhas, constituído por torques de ouro e um denário. Outro arqueossítio importante com marcas de ocupação Romana é o Castelo dos Mouros implantado no lugar de Cortinhas, a 560 metros de altitude, sobranceiro ao Tua. Tem duas linhas de Muralha que devem ter sido reutilizadas durante a Época Medieval. Também próximo de Safres, destacamos ainda deste período proto histórico, o Castelo dos Barcos, implantado a 530 metros de altitude. Está assente num afloramento rochoso e a dominar o vale do rio Tua. Provavelmente terá sido edificado no Calcolítico e viria a ser reocupado, na Idade do Ferro e mesmo durante a Romanização. Sobre esta aldeia, já dos primórdios da Nacionalidade, sabemos que a Condessa D. Teresa, no ano de 1115, outorgou lhe carta de couto, em favor da Sé de Braga. Aos 17 de Março de 1262, o Arcebispo de Braga, D. Martinho Geraldes concedeu lhe, e a título perpétuo, o privilégio de ser abadia. Até 1853 pertencia à comarca de Vila Real. Em 1833, como resultado das reformas administrativas desencadeadas pelo ministro Mouzinho da Silveira, é extinto este concelho. No âmbito da arquitectura religiosa sobressai a Igreja Matriz de São Mamede, conhecida também por igreja de Nossa Senhora das Graças, que é já património classificado como valor concelhio. Este património é valorizado ainda pela capela do Senhor do Calvário ou de Nossa Senhora da Lapa, e ainda pela, não menos considerável. Capela jazigo da Família Teixeira Lopes, uma notável construção apesar das suas dimensões reduzidas. A Associação dos Bombeiros, que foi fundada em 5 de Setembro de 1927, conta com 25 soldados da paz, apoiados por uma viatura auto tanque, 2 carros de incêndio e 3 ambulâncias. A Banda de Marcial de São Mamede de Riba Tua é, desde 1799, uma notável escola de música. A banda que, composta por 50 elementos, possui já um considerável historial, aquando de celebração do seu bicentenário foi erguido um monumento com uma bela composição figurativa em bronze, do escultor Laureano Ribatua. Na construção civil o destaque vai para a antiga Câmara de São Mamede, cuja fachada do edifício tem ainda encimado um brasão. Como nótula histórica, sabemos que no séc. XII, os ribatuenses construiram o seu Pelourinho, não tão sumptuoso como o de Alijó. Mais tarde, em 1573, é reconstruída uma nova picota no largo da Câmara, com uma base de cinco escadas circulares até à coluna rematada por uma gaiola de quatro colunas, esta encimada por uma decoração que termina em pirâmide. Este pelourinho, devido ao seu estado de degradação, foi sujeito a um importante restauro, em 1956. A poente do casario de São Mamede, vislumbram se belíssimos quadros paisagísticos resultantes das ponte romaria e ponte do Caminho de Ferro, esta junto à foz do Tua, por se espelharem nas águas com o azul e verde circundantes. A moderna Ponte do Tua, de pura estrutura de betão, de 150 metros de comprimento e 35 de altura, foi concebida pelo eng. Edgar Cardoso. A paisagem envolvente desta região pode ser apreciada, calmamente, por qualquer excursionista ou viajante no Miradouro do Cruzeiro, ao lançar o olhar sobre os colossais rochedos das Fragas Más, e percorrer o núcleo antigo desta povoação, que devido ao seu valor arquitectónico, foi considerado Centro Histórico de Interesse Concelhio. Das várias quintas produtoras de vinhos durienses, destacamos a Quinta da Maria, a Quinta da Castaínça, a Quinta dos Malvedos e a Quinta dos Salzedas, onde já ficou instalado antigo o Primeiro Ministro britânico John Major. A Adega de São Mamede é particular mas também adquire uvas de pequenos agricultores da região. A indústria de panificação está representada por duas padarias. A economia desta freguesia é substancialmente assegurada pela actividade agrícola, nomeadamente, na produção do vinho que é a mais importante, de laranjas, de azeite e cortiça. Na gastronomia temos de revelar que a Broa do Tua, um pão de farinha de trigo que. devido à sua grande qualidade, granjeou grande fama estendendo se a todas as localidades limítrofes. Temos ainda as laranjas de São Mamede que são de uma excelente qualidade e naturalmente muito apreciadas. O orago é São Mamede, mas é a Santa Eufémia que recebe as mais expressivas honrarias nos festejos no 1.° Domingo de Agosto. Por fim, lembramos que o escritor alijoense Jorge Laiginhas centrou os seus dois romances em São Mamede de Ribatua. A freguesia de VALE DE MENDIZ apresentou no último recenseamento uma população residente de 315 indivíduos. A sua área geográfica éde 5,48 Km2. Esta aprazível povoação está sobranceira ao rio Pinhão. No séc. XVIII, devido ao desmembramento da paróquia de Vilarinho, surge a instituição paroquial de Vale de Mendiz. A antiga freguesia foi curato anual da apresentação do reitor de S. Romão Pertenceu ao concelho de Favaios até 31 de Dezembro de 1853. Em Vale de Mendiz , a Casa Sandeman inaugurou, em 1999, o seu Museu dos Lagares, que como é um dos pontos importantes da Rota do Vinho do Porto, regista um número significativo de visitantes nacionais e estrangeiros. Nesta quinta conserva se ainda o Marco granítico de tipo EDI 2. O edifício apalaçado conhecido por Casa de Santa Clara, pertencente à Sandeinan, tem como novo aproveitamento o Turismo de Habitação. O solar do Eng. Manuel Cavaleiro possui também um brasão de família. No âmbito do património natural, o destaque vai para o miradouro da Salgueira, na estrada para Favaios, que oferece aos excursionistas uma visão extraordinária do Vale do Pinhão. A praia fluvial é também um recurso primário que tem sido aproveitado, especialmente, pelos seus habitantes. São Domingos de Gusmão éorago para os crentes desta povoação. E no primeiro domingo de Agosto a aldeia é engalanada para os maiores festejos em sua homenagem. A população residente na aldeia de VILA CHÁ é presentemente de 578 almas. Fazem parte da sua freguesia as localidade de Vila Chã e Carvalho, abrangendo uma superfície de 19,65 km2. Há várias referências ao seu castro, situado no lugar de Francelos, a uns 600 metros de altitudes. Tem duas linhas de muralhas de pequenas dimensões, atribuído à Idade do Ferro e Romanização. Em Vila Chã localiza se a Anta da Fonte Coberta. Esta construção Megalítica, que tem sido objecto de muitos estudos, encontra se relativamente bem conservada, apesar de ter sido abrigo de pastores, ciganos e caçadores. Estas ocupações breves contribuiriam para apagar as pinturas que existiam no seu interior. Este dólmen possui ainda um pequeno corredor. Muitos anos mais tarde, esta freguesia foi vigararia anexa à reitoria de Alijó. Antes de se tornar reitoria participava na apresentação do reitor a que pertencia. D. Afonso concedeu lhe carta de Foral em 1217. Esta freguesia, até 1882, esteve integrada no arcebispado de Braga. Fez primeiramente parte do antigo concelho de Vila Verde e, depois, do de Vilar de Maçada, até 31 de Dezembro de 1853, altura em que passa a integrar o concelho de Alijó. A igreja de Vila Chã dedicada a São Tiago e a capela da Chã, estão classificadas como Património Concelhio. Em Vila Chã existe um pequeno aeródromo, inaugurado em 1927 e dedicado a Sérgio da Silva, que apenas tem dado serventia para exercícios da Força Aérea Portuguesa. Este Campo de Aviação vangloria se das visitas dos pioneiros da aeronáutica portuguesa: Brito Pais, Humberto Delgado, Humberto Cruz. Sarmento Pimentel e Sérgio da Silva. Pink Panther é a discoteca local que, nas longas noites de verão. pode receber cerca de uma centena de jovens. No último domino de Julho a aldeia realiza as grandes festividades em homenagem a São Tiago. A aprazível localidade de VILA VERDE tem uma população residente de 850 pessoas. A freguesia de Vila Verde engloba também a aldeia de Vila Verde e as povoações da Balsa, do Freixo, de Fundões. de Jorjais, de Perafita, de Souto Escarão e do vale de Agodim. O seu território geográfico que atinge os 42,09 km2 torna a freguesia de Vila Verde, em dimensão, a primeira do concelho. No território desta freguesia existem duas necrópoles megalíticas, uma no lugar da Veiga e outra no lugar de Madorras. São os documentos mais antigos que se conhecem a provar a ocupação deste área. No Freixo encontra se um pequeno castro, com dois circuitos de muralhas bem conservados, à altitude de 708 metros, conhecida por Cerca do Freixo. Localiza se num castelo granítico, entre o Planalto de Alijó e a serra da Padrela. Foi cons truído na Idade do Ferro e uma vez que se encontra encravado num vale, onde se desco brem ainda muitos pedaços de cerâmica entre a vegetação rasteira poderá ter sido reutilizado durante a Romanização. Conhecemse diversas referências ao Castro da Balsa, situado no término desta povoação, já na bacia do rio Pinhão, mas pouco mais se pode adiantar. Embora a instituição paroquial deva ter surgido no séc. XVII XVIII, as raízes deste lugar remontam ao século XII. Como antiga freguesia, no termo de Vila Real, fora curato anexo à paróquia de Trêsminas e apresentação ad nutum do reitor dessa freguesia, até que se tornou numa reitoria independente. Pertenceu ao Arcebispado de Braga, mas no ano de 1882 já se encontrava no bispado de Lamego. Esteve depois integrado no Concelho de Vilar de Maçada até sua extinção, em 31 de Dezembro de 1853. Agora como freguesia pertence ao concelho de Alijó. O pequeno santuário do Senhor de Perafita ostenta uma peregrinação anual, que continua a ser uma impressionante manifestação da mentalidade religiosa medieval. Também por essa componente cultivada no século XVII, foi alvo de uma tese da Dr.a Natália Marinho Ferreira Alves, em 1987. A Igreja de Perafita é o melhor e o mais belo exemplar religioso do concelho no estilo barroco. Aqui também se guardam, na arrecadação de ex votos, uma interessante colecção de pintura naif. Ao Centro Recreativo de Vila Verde cabe a tarefa de dar apoio no âmbito social e cultural. Os cruzeiros de granito do Freixo e de Souto Escarão são dois exemplares que, além do seu atractivo religioso, estão classificados de interesse arqueológico concelhio. Obteve também a mesma catalogação no domínio arquitectónico a Igreja paroquial de Vila Verde dedicada a Santa Marinha. Esta santa da Igreja recebe aqui as maiores festividades. A freguesia de VILAR DE MAÇADA tem uma população residente de 1.230 habitantes distribuídos pelas povoações de Vilar de Maçada, de Cabeda, de Sanradela, de Fermestes e de Francelos. A área geográfica é de 19,75 Km2. A 630 metros de altitude, temos o povoado do Alto da Muralha formado por duas linhas de muralha, elípticas, situado na faixa poente do planalto, dominando o vale do rio Pinhão. O seu território proporcionava abundantes recursos agro pastoris. Foi ocupado na Idade do Ferro e mais tarde reutilizado na Romanização. Existem desses períodos históricos, na Igreja paroquial, dois altares dedicados a Júpiter e a Albocelus. uma divindade indígena. Na capela mor guarda se a inscrição epigráfca consagrada a Júpiter. O seu texto é o seguinte: IOVI.OPTIM(o). M(aximo). ALIVS. REBVRRVS REDIDI.VOT[V]M. Como antiga freguesia foi vigararia anexa à reitoria de Trêsminas, passando depois a ter reitor próprio. O registo mais antigo que se conhece aludindo Vilar de Maçada é de 1189. Vem também referida nas Inquirições de 1220. A 2 de Maio de 1253, D. Afonso III concede lhe carta de foral. Tendo sido sede de concelho até 31 de Dezembro de 1853, passou a fazer parte do de Alijó. O Pelourinho existente procura não deixar esquecer a importância que tinham esses documentos régios ou senhoriais para os concelhos. Vilar de Maçada possui uma igreja dedicada a Nossa Senhora da Assunção. No entanto é a Nossa Senhora da Conceição a responsável pelas maiores festividades locais. Em Vale de Agodim foi res taurada uma edificação solarenga destinada à instalação da Casa de Cultura. Possui como recursos naturais vários açudes, em Parada do Pinhão. que se apresentam como uma praia fluvial muito aprazível. Finalmente chegamos a VILARINHO DE COTAS, uma aldeia afável, que, segundo o mais recente Censo, está com uma população residente de 166 pessoas. A sua superfície geográfica é apenas de 3,81 km2. Há muito que esta terra foi ocupada por outras gentes, como provam os vestígios metálicos e de cerâmica que ainda se descobrem. Mas sobretudo pelas construções rectangulares, do habitar Romano de “Vilarinho de Cotas”, que ficam a uns de 500 metros de altitude, e a poucos quilómetros a montante da confluência deste rio com o Douro e firmado num esporão sobranceiro ao vale do rio Pinhão. Podemos também aceitar que, anteriormente tenha existido aqui. devido ao posição geoestratégica, um povoado fortificado durante a idade do Ferro. Aponte se que este local foi explorado, no início do séc. XX, por Ricardo Severo, cujos registo das suas escavações relatam a recolha de um importante espólio de moedas romanas e de objectos de adornos em bronze. Posteriormente, esta freguesia, em meados do século XVIII, foi anexa à vigararia de Favaios e estava na apresentação ad nutum do arcebispo de Braga. Depois tornar se ia vigararia independente. A Igreja paroquial foi edificada em 1568. Vilarinho das Cotas pertenceu até 31 de Dezembro de 1853 ao concelho de Favaios, data em que veio a ser integrada no de Alijó. Santo António foi o escolhido para orago e é, em todos os verões, agraciado com as tradicionais festividades. A título de desfecho resta me deixar um grande obrigado a todos os que, de alguma forma, contribuíram para a realização destas páginas.

José Manuel Teixeira, Licenciatura em História e Ciências Sociais, especialização em Património e Turismo, Professor de História e Geografia de Portugal.

In iii volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses,
coordenado por Barroso da Fonte, 656 páginas, Capa dura.
Editora Cidade Berço, Apartado 108 4801-910 Guimarães – Tel/Fax: 253 412 319, e-mail: ecb@mail.pt

Preço: 30 euros

(C) 2005 Notícias do Douro

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