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Um nortenho que em 130 anos semeou cultura viva e ativa

Há homens idolatrados que pouco ou nada fazem na vida e que, por ideologias esconsas, espúrias e maldosas, simulam ser verdadeiras, transformando meros autómatos em ícones da glorificação humana. Nunca como hoje as multidões exasperam, a mentira se sobrepõe à verdade e até a ciência se corrompe em nome preconceitos quixotescos por parte de cientistas descabelados.

Hoje invoco nesta nota de leitura, uma figura humana que viveu 77 anos.  Pela sua bondade, compreensão cívica e relacionamento humano com toda a gente, apesar de sempre a vida lhe correr de feição e de ter uma licenciatura numa profissão de sucesso, sempre fez questão de ser o «Sr. Almeida».

Se fosse vivo completaria 130 anos no dia 5 de Novembro último. Filho de Manuel Maria Almeida, natural de Guimarães e de Maria de Jesus, natural da Meda, foi batizado na freguesia de S. Pedro, em Vila Real. Aí nasceram e viveram os quatro irmãos. O pai fora oficial do Exército e, por causa disso, cedo foram viver para Lisboa, onde o pai faleceu em 1903. A mãe faleceu 54 anos depois, em 1962.

Regressado ao Porto, em 1915, já com 23 anos e como Eng.º Civil, cumpriu o serviço militar obrigatório no Ministério da Guerra. Durante o liceu, em Lisboa, conviveu com a família do banqueiro José Maria do Espírito Santos Silva, principalmente com o filho mais velho dessa família, de nome José Ribeiro, com o qual criou uma amizade para toda a vida.

Em 1917 desligou-se do exército e ingressou no Ministério das Obras Públicas, interessando-se por atividades de carácter empresarial. Falecendo, entretanto, o banqueiro de quem fora amigo (e dos filhos), o José Ribeiro que fora obrigado a tomar conta dos negócios do pai, entendeu instalar no Porto, uma filial da Casa Bancária Espírito Santo Silva & Cª. Obviamente o Engenheiro Civil, já na situação de amigo e de colaborador, comprou um terreno na Avenida dos Aliados, nele fundando um edifício que passou a ser sede do banco e de outros interesses afins.

Instalações da Fundação

Em 4 de Julho de 1921 foi inaugurada essa filial do Banco Espírito Santo que passou a ter o «Senhor Almeida». Desde 1921 até 1935 viveu no 3º andar daquele edifício onde funcionava o banco. A partir dos anos 30, os dois Amigos fizeram uma parceria e ocuparam, até ao fim das suas vidas os cargos de Presidente e de Vice-presidente do conselho de administração. Quando o Banco completou 40 anos, foram inaugurados dois bustos, em bronze, desses dois empresários Portugueses.

António de Almeida casou em 30 de Outubro de 1920, com Olga Ana Adelaide Andresen, filha de um casal de grandes recursos para a época. Sempre tiveram uma vida cheia de coisas boas, ora aqui, ora ali, fruindo dos gostos do desporto, da viagem, da terra e do mar.

Em 1963 ficou viúvo e sofreu muito com isso, deixando o seu nome ligado a grandes causas filantrópicas, como a Cruz Vermelha Portuguesa.

 Faleceu em 9/10/1968. Por testamento criou a Fundação Eng.º António de Almeida, com sede na Rua Tenente Valadim, no Porto que teve ao longo de quase meio século que ora decorre e que dia 27 será assinalado com uma sessão solene de apresentação da Crónica da Fundação Engº. António de Almeida. 50 anos de impulso cultural, criativo e propagador. Será invocada a memória não só do patrono, mas também do ideólogo Doutor Ferrnando Aguiar-Branco, falecido em 28 de Janeiro de 2021.

Barroso da Fonte

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