Ilustres

BRANCO, Luís de Azevedo Castelo

Nasceu em Vilarinho da Samardã, em 1884 e faleceu em 6.3.1973. Foi sobrinho neto do grande romancista Camilo Castelo Branco (que só por acidente nasceu em Lisboa, pois toda a sua vivência e origem foi Transmontana). Fez o Seminário em Braga e, depois de ordenado foi chamado a docente, mal abriu o Seminário de Vila Real. No livro “Os 50 anos do Seminário de Vila Real” do Dr. António Barroso de Oliveira (1982), o P.e Luís Augusto de Azevedo Castelo Branco aparece em 20.° lugar na relação dos professores daquele Seminário, fundado em 1930. Aí regeu as cadeiras de Ascética e Mística, Oratória e Civilidade. O P.e Luís Coutinho, em A Voz de Trás-os-Montes, de 3.4.1997, escreveu: De inteligência fulgurante, olhos penetrantes, perfil majestático, eis alguns dos condimentos que o ajudaram a subir aos púlpitos mais altos, aquém e além-mar, no Brasil, onde, por escolha e convite, representou a oratória portuguesa, levando na bagagem a sabedoria e os ilustres apelidos, que já eram do seu carismático tio-avô. O seu convívio enciclopédico e simpático granjeou-lhe amizades por muitas terras fora e por muito longe. Pena é que dos seus sermões não ficasse um completo espólio escrito. Tive a sorte de encontrar um interessante artigo seu, num dos Boletins da “Casa de Camilo”, em S. Miguel de Seide. Fala-se da apetência do P. Luís pelos sermões marianos. No entanto, ouvi-lhe, na freguesia de Calvão de Chaves, no tempo paroquial do P.’ José de Carvalho Azevedo, uma bela e artística peça oratória cujo tema era o Sagrado Coração de Jesus. Menos conhecido devido às suas responsabilidades paroquiais em Vilarinho da Samardã, o seu irmão mais novo, o PADRE ANTÓNIO CASTELO BRANCO, nascido em Março de 1890, subiu a púlpitos mais humildes. Não admira minimamente que, possuidor de certo jeito de adaptação, fosse mais apreciado pelos ouvintes menos exigentes. Estou certo, contudo, que nele corria, também em abundância, a tal veia da família. Nunca o ouvi e isso para mim foi uma perda. Com o falecimento do P.e António em Fevereiro de 1969 e, sobretudo com o falecimento, poucos anos depois, do P.e Luís, em 6 de Março de 1973, fechou-se, a Biografia de Camilo Castelo Branco. Ou talvez não. É que a Casa de Vilarinho da Samardã, que foi dos sobrinhos-netos de Camilo, permanecerá como ponto de encontro, de estudo e de Museu do grande romancista e dos seus ilustres sobrinhos-netos. Bem o merecem. Bem o merecemos.

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