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Associação Vale d’Ouro espera compensações por mais um atraso na eletrificação da Linha do Douro

A instituição reclama mais celeridade nos processos e contrapartidas pelo desrespeito a que a região tem sido sujeita nos últimos anos

Depois de em Abril último ter vindo a público que o investimento previsto para a eletrificação da Linha do Douro entre Marco e Régua foi reafectado a outro projeto, deixando “órfão” de enquadramento financeiro esta empreitada, soube-se hoje que a calendarização prevista não faz qualquer esforço de mitigação pelos impactos que os sucessivos atrasos têm infligido na região. 

A Associação Vale d’Ouro lamenta a sucessão de atrasos no que diz respeito aos investimentos da Linha do Douro. A eletrificação entre Marco e Régua tem sido o capítulo mais recente daquilo que a instituição considera um profundo e revoltante desrespeito pelo vale do Douro, por Trás-os-Montes e pelo Norte por parte dos decisores políticos e técnicos que teimam em desrespeitar a resolução da Assembleia da República que considerou inevitável e prioritário o investimento na Linha do Douro.

O Presidente da Direção Luís Almeida refere que vê “uma região farta de promessas por cumprir e cansada, desiludida e enganada enquanto assiste aos sucessivos recuos que o dossier da Linha do Douro tem tido, ora devido à inoperância do gestor da infraestrutura, ora devido à falta de intervenção do poder político”. O dirigente associativo recorda que em 2016 o projeto era anunciado para 2017 como sendo uma prioridade[1]: “se uma prioridade neste país demora 8 anos a ser concretizada, já para não falar das promessas anteriores a esta, muitas coisas vão mal em Portugal” e continua, “ainda há cerca de um ano, em Baião, a Infraestruturas de Portugal comprometia-se com o início da obra no segundo semestre de 2022 e eis que aqui chegados, nem o concurso foi lançado”[2]. Luís Almeida pergunta: “até quando vamos aceitar que se atirem datas para cima da mesa e não vamos exigir o seu cumprimento? Compreendem-se algumas limitações do CCP e da conjuntura mas estas não explicam todos estes atrasos. O Douro merece mais.”

No final de maio esteve também agendada na região uma sessão com a Ministra da Coesão Territorial e com o Ministro do Planeamento e Infraestruturas em que seriam apresentados os estudos da Comissão de Trabalho para a Reabertura até Barca d’Alva. A sessão viria a ser cancelada poucas horas depois e desde então mais nenhuma informação veio a público sobre o assunto. O Presidente da Direção da Associação Vale d’Ouro remata sobre esse assunto: “o mínimo que deveria ser feito para compensar tudo isto era lançar de imediato o projeto de eletrificação entre Régua e Barca d’Alva incluindo os trabalhos de reabertura” e acrescenta “com prazos razoáveis e sem mais demoras uma vez que a complexidade dos trabalhos não é extraordinária e, com boa vontade da Infraestruturas de Portugal e da tutela, seria possível em 2025 ter a reabertura até Barca d’Alva e a eletrificação entre Marco e Barca d’Alva concluídas”. Luís Almeida é perentório: “a região neste momento não pode exigir menos do que isto”.

A Associação Vale d’Ouro tem vindo a tomar posição sobre o contexto ferroviário na região norte dando particular atenção à reabertura da Linha do Douro até Salamanca e à necessidade um novo corredor ferroviário para o pós-2030 entre Porto e Madrid, via Trás-os-Montes.

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