Ilustres

CORREIA, Francisco António

Economista e professor, nasceu em Moncorvo em 9.11.1877 e morreu em Lisboa em 8.2.1938. Frequentou o antigo Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, onde concluiu com brilho o curso superior de comércio após o que ingressou na carreira aduaneira, onde atingiu o posto de chefe de Serviços depois duma brilhante série de concursos. Uma grande parte da sua vida dedicou-a ao magistério superior, tendo sido nomeado lente do Instituto Superior de Comércio, depois Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras em 1913 e 4 anos depois seu director. Em 1922 fez parte da missão intelectual que acompanhou ao Brasil o Presidente da República, Dr. António José de Almeida, tendo realizado no Rio de Janeiro uma série de interessantes conferências. Em 1923 foi incumbido das negociações para a realização do “modus vivendi” com a França e em 1927, representou Portugal na Conferência Económica Internacional, na Sociedade das Nações. Foi também vogal da comissão executiva da Conferência da Paz. Em 7.8.1929 foi nomeado ministro plenipotenciário de 1.a classe e colocado no Ministério dos Negócios Estrangeiros como director geral dos Negócios Comerciais, tendo intervindo em todos os tratados de comércio que se efectuaram durante os seis anos que ali permaneceu. Ainda ocupou os lugares de vice-presidente do Conselho do Comércio Externo, de presidente da Comissão de Propaganda e Turismo de Portugal no Estrangeiro, de vogal do Conselho Superior do Comércio e Indústria e da Comissão Revisora de Pautas das Alfândegas e foi enviado em missão especial de serviço público a Paris e Madrid, em Maio de 1931. Com a reforma do Ministério dos Negócios Estrangeiros (Armindo Monteiro), deixou o cargo de director geral e recusou o de consultor económico que lhe foi oferecido, dedicando-se de novo ao professorado no Instituto, de Ciências Económicas e sendo nomeado vice-reitor da Universidade Técnica. Embora nunca “tivesse pertencido a nenhum partido político, sobraçou a pasta dos Negócios Estrangeiros em 1920, num ministério da presidência do eng.° António Maria da Silva, e a das Finanças em 1921, sendo Presidente do Conselho o coronel Manuel Maria Coelho. Sócio da Academia das Ciências e do Instituto de Coimbra, publicou grande soma de trabalhos de entre os quais se destacam: Elementos de Direito Fiscal, Política Económica Internacional. História Económica de Portugal, Consequências Económicas dos Descobrimentos, etc. Foi louvado várias vezes e possuía, entre outras as seguintes condecorações: comenda da Legião de Honra, grande oficialato de Santiago, grã-cruzes de Cristo, Três Estrelas da Letónia, Santo Olavo da Noruega, da Polónia Restituta, do Mérito Industrial. Nasceu e viveu numa época importante da vida nacional e ele contribuiu de várias maneiras para esse ciclo de desenvolvimento e de progresso.

G.E.P.B.

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