CARDOSO, Inácio do Nascimento Morais
Nasceu em Murça, em 20. 12.1811 e faleceu em 23.2.1883. Depois de ter concluído o curso de Humanidades, matriculou-se em Direito na Universidade de Coimbra. A guerra civil dividiu o reino entre absolutistas e liberais e ele teve que regressar a casa. Influenciado, entretanto, por seu tio (Frei Inácio da Purificação que era o bibliotecário de Mafra), abraçou a vida eclesiástica, ingressando no Seminário de Braga. Aí recebeu ordens menores. Daqui seguiu para Lisboa, onde se ordenou. Seguiu-se a sua vida de sacerdote, com vocação para o púlpito e para o confessionário. Voltou, entretanto, a Coimbra e acabou por se licenciar em Teologia, em 1853. Regressou a Lisboa e aí foi sucessivamente capelão-mor da Misericórdia, capelão-mor da Capela real das Necessidades, cónego da Sé Patriarcal, confessor do Rei D. Pedro V e examinador pró-sinodal. Ai foi agraciado com a Ordem de Nossa Senhora da Conceição. Foi eleito Bispo do Algarve em 13.5.1863, sendo sagrado em 14.2.1864. Participou no Concílio do Vaticano I, em 1869. Foi indicado por Saraiva de Carvalho para Cardeal Patriarca de Lisboa, o que originou a queda do Governo do Marquês de Ávila que preferia o patriarca das Índias. Em 16. 4. 1871 publicou uma pastoral a condenar a ocupação de Roma (na altura um estado independente) pelas tropas de Garibaldi. Essa publicação gerou uma grande polémica entre os jornais da época, tendo os jacobinos proposto que o cardeal fosse privado do cargo e da dignidade de cardeal patriarca. Eleito cardeal no consistório de 22.12.1873 recebeu o chapéu cardinalício em Junho de 1877. Dirigiu a peregrinação Portuguesa a Roma, por altura do 50° aniversário da consagração episcopal do Papa Pio IX. Participou na eleição de Leão XIII. Contudo, durante a viagem para Roma, sentiu-se muito incomodado. Regressou a Lisboa e aí voltou a sentir-se mal, acabando por morrer em consequência dessa crise prolongada.
