Ilustres

ALMEIDA, António Caetano de

Morreu em Bragança, em 29.12.1865. Foi conhecido pelo retórico, em homenagem ao seu muito saber. Foi professor de Liceu. E depois de uma vida taciturna e solitária, vivendo de maneira bizarra, por contestada e polémica, estranhou-se que somente se soubesse pelo seu espólio, depois de morto, que era licenciado. De acordo com o Abade de Baçal que pormenoriza em 2 páginas do vol. VII das suas Memórias… (10/12) “a sua indumentária era esfarrapada e sebenta, virgem de concertos e de lavagens, mesmo a roupa branca, até que caía em pedaços, povoada de parasitas, que extraía dos sobacos e castigava quando exorbitavam mandibulamente, entre a unha e a mesa da cátedra… Estava hospedado na taberna da Xoana da Stalage (Espanhola), uma das mais ordinárias de Bragança. No verão, dentro de casa andava in naturalibus (à pai Adão), apenas com uma leve tanga sobre as partes pudendas… peludo como um carneiro e naquela postura não havia que resistir-lhe… Não fumava, nem cheirava, mas apanhava pelas ruas pontas de charutos que queimava na braseira… Ordenou-se de presbítero aos sessenta anos mas só rezava Missa ajudado pelos estudantes amigos e à porta fechada. Era profundamente irónico, sob uma aparência sorna de bonomia descuidosa, expressa em trocadilhos…”.

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