ALPOIM, Amâncio de
Advogado, jornalista e orador fluente. É sobrinho do falecido ministro da monarquia José Maria de Alpoim, e, como este, natural de Trás-os-Montes. Nasceu em 1889 e formou-se na Universidade de Coimbra, em 1912. Em 1918, foi eleito deputado e enfileirou, na Câmara, no grupo centrista dirigido pelo Dr. Egas Moniz; em 1919, foi nomeado administrador da Caixa Geral de Depósitos, e, em 1921, filiou-se no Partido Socialista, a cuja direcção pertenceu, de 1922 a 1928; em 1925, voltou a ser eleito deputado por Lisboa, e pronunciou, no Parlamento, notáveis discursos, nomeadamente aqueles em que tratou da burla do Banco Angola e Metrópole e da cultura do trigo em Portugal. Em 1927, implicado num movimento revolucionário contra a Ditadura, no qual tomou parte muito activa, indo mesmo a Vendas Novas a fim de revoltar as batarias de artilharia, foi preso e deportado para a ilha da Madeira, donde, autorizado pelo Governo, seguiu para o Rio de Janeiro e ali repetiu o curso de Direito, mantendo-se por lá a advogar, até que, por ocasião do movimento revolucionário daquele país, em 1933, se retirou para Lourenço Marques. Dirigiu, em Lisboa, o diário A Notícia e colaborou, assíduamente, nos jornais e revistas socialistas que havia no país antes do advento da Ditadura de 28 de Maio de 1926.
G.E.P.B.
